Por mais que lhe ‘Doha’...
Hoje joga o Japão de Kazuyoshi Miura, que viu o destino sonegar-lhe por duas vezes o palco Mundial. Nascido há 51 anos, Kazu é o mais velho futebolista profissional de sempre e, já este ano, renovou contrato. O anterior recorde pertencia ao inglês Sir Stanley Matthews, que jogou até aos 50 anos, pelo que foi bem a tempo de, aos 32, marcar o décimo (!) golo inglês na maior goleada sofrida por Portugal (10-0).
Muitos recordes de Kazu estão relacionados com a ‘ velha’ capacidade para se manter entre os jovens. O mais velho profissional é também o menos jovem, com 50 anos, a marcar um golo em competições nacionais. Na sua diáspora futebolística, Kazu acrescentou campeonatos e novas marcas ao futebol do ‘Sol Nascente’, tornando-se o primeiro japonês a marcar no Brasil (para onde foi ainda adolescente) e o primeiro a inscrever o nome no ‘calcio’.
Pelo meio, em 2012 e aos 45 anos, juntou mais uma peculiaridade à sua carreira, ao participar no Mundial de 2002 de... futsal, na Tailândia. No torneio inscreveu novo recorde: a competição passou a integrar o seu nome como o jogador mais velho...
Se Miura apresenta muitos e ‘velhos’ recordes, o mais novo viu por duas vezes esfumar-se a participação Mundial, apesar da torrente de 27 golos apontados nos apuramentos. Ele que é o melhor marcador do Japão com 56 golos.
No apuramento para 1998, o ‘jovem’ Kazu de 31 anos foi decisivo com 14 golos e quando o país esperava a sua convocatória para França... o selecionador Takeshi Okada não deu o OK!
Talvez o apuramento que mais lhe ‘ Doha’ seja para o Mundial dos EUA de 1994. Em Doha (Qatar), um triunfo contra o Iraque qualificava o Japão. Kazu marcou um golo na
ESTEVE NUM MUNDIAL, MAS PODE ORGULHAR-SE DA SUA CARREIRA
vitória por 2-1 que, aos 90’, parecia sorrir-lhe. No último segundo, o Iraque empatou e afastou os samurais. A partir dos anos 80, a animação japonesa ‘Capitão Tsubasa’ (em Portugal ‘Oliver e Benji’) promovia o futebol e a seleção. Um dos títulos assenta ao episódio de Doha: “Quase a um segundo!”
Miura merecia uma presença Mundial, mas pode orgulharse da sua carreira. Logo, por mais que lhe ‘Doha’, não é ‘Kazu’ para tanto. *