ESTABILIDADE ASSIM SÓ HÁ 71 ANOS
Ter apenas dois técnicos numa década é cenário que aconteceu a última vez com Hertzka e Biri
A SAD do Benfica tem vindo a dar primazia à estabilidade na equipa técnica e tal salta à vista no facto de a equipa ter dois treinadores vai para dez épocas, uma realidade que tinha sido vista pela última vez no clube da Luz na longínqua década de 40, há 71 anos. Jorge Jesus, seis temporadas, e Rui Vitória, que vai iniciar a quarta, repetem a experiência vivida pelos húngaros Lippo Hertzka e Janos Biri entre 1935/36 e 1946/47 (12 épocas no total). O primeiro liderou a equipa durante quatro temporadas, tendo conquistado, nesse período, três campeonatos, enquanto o segundo orientou as águias oito épocas, somando três campeo- natos e três Taças de Portugal, às quais juntou ainda um campeonato de Lisboa.
Corrupio
Manter um treinador tanto tempo à frente da equipa foi algo pouco visto antes da chegada de Jorge Jesus. A falta de resultados, assim como a instabilidade diretiva, podem ajudar a explicar a troca constante do líder da equipa principal. Por exemplo, se tivermos em conta os 20 anos que antecederam a chegada do téc- nico que agora rumou à Arábia Saudita, o Benfica teve 17 (!) treinadores.
O presidente já fez saber que dá primazia à estabilidade e, mesmo após uma época de fracasso desportivo (apenas uma Supertaça), volta a dar a confiança a Rui Vitória. Aliás, tal já tinha acontecido com Jorge Jesus, quando, em 2012/13, perdeu o campeonato para o FC Porto na reta final, tal como a Taça de Portugal para o V. Guimarães, além da final da Liga Europa. Na altura, o técnico foi muito contestado, mas mereceu a confiança de Vieira e seria feliz nas duas épocas seguintes. Vitória prepara-se, pois, para a quarta temporada à frente dos destinos do clube e iguala a longevidade de Hertzka, Ted Smith e Jimmy Hagan. A entrada da Liga dos Campeões é o primeiro objetivo do ribatejano. *
CONTABILIZANDO APENAS OS 20 ANOS QUE ANTECEDERAM A CHEGADA DE JJ, PELA LUZ PASSARAM 17 TREINADORES