Record (Portugal)

REDUZIR DEPENDÊNCI­A JONAS

Contrataçõ­es de Ferreyra e Castillo ajudam Benfica a não ficar ‘órfão’ na ausência do 10

- NUNO MARTINS E VALTER MARQUES

O Benfica apostou forte nas contrataçõ­es de Facundo Ferreyra e Nicolás Castillo, como demonstram as verbas envolvidas nos respetivos negócios [ver caixa]. Os encarnados pretendera­m dotar o ataque de soluções em qualidade, mas, também, reduzir a dependênci­a da equipa face a Jonas, o melhor marcador do último campeonato.

A ideia não é beliscar o estatuto do camisola 10, que se prepara para iniciar a quinta época de águia ao peito. É, antes, ter soluções que não deixem a equipa ‘órfã’, quando faltar o internacio­nal brasileiro, de 34 anos. Os números não mentem. A influência de Jonas, desde que chegou ao Benfica, em setembro de 2014, foi sempre a subir, exceção feita a 2016/17, quando passou perto de metade da temporada lesionado, a contas com grave problema no tornozelo direito.

Disparar

O peso do avançado acentuou-se ainda mais em 2017/18, depois da saída de Mitroglou para Marselha e com o Benfica a alterar o seu figurino tático para 4x3x3. Jonas marcou 37 dos 94 golos das águias, o que representa uma percentage­m de 39,4 relativame­nte ao total. Marcou em 66 por cento dos jogos em que participou. Se nos centrarmos apenas no campeonato, a influência sobe em flecha: 34 disparos no alvo, ou seja, 42,5 por cento dos 80 conseguido­s pelo Benfica. Faturou em 80 por cento dos 30 encontros que disputou na prova de regularida­de.

Isto em contraste com o rendimento de Raúl Jiménez e Haris Seferovic. Investido no papel de arma secreta, o mexicano ficouse pelo oito golos, três dos quais em dois jogos como titular. Já o suíço começou fulgurante, mas perdeu gás. Terminou com um saldo de sete golos.

Poder de fogo

Com a saída de Jiménez programada e Seferovic fora dos planos, a SAD não hesitou em abrir os cordões à bolsa para reforçar o ataque com dois elementos que se destacaram ao serviço das respetivas equipas. O rendimento de Ferreyra, à semelhança do de Jonas, foi sempre a subir no Shakthar

DESDE QUE CHEGOU, EM 2014, A INFLUÊNCIA DO PISTOLAS NOS GOLOS DOS ENCARNADOS FOI SEMPRE A SUBIR AO AVANÇADO BRASILEIRO, A SAD JUNTOU OS MELHORES MARCADORES DE SHAKHTAR E PUMAS NA ÚLTIMA ÉPOCA

(em 2014/15, foi emprestado ao Newcastle, por cuja equipa principal nunca jogou). Na última campanha, chegou aos 30 remates certeiros, dando contributo importante para a conquista do campeonato e da Taça da Ucrânia pela formação comandada por Paulo Fonseca. Somando todas as pro- vas, foi responsáve­l por 30,3 por cento dos golos da equipa. Castillo, esse, recuperou projeção no Pumas, do México, onde na última época marcou 18 dos 57 golos (31,6 por cento) da formação que represento­u desde janeiro de 2017 até maio passado. Naquele país da América do Norte, falava-se de Castillo-dependênci­a. Com poder de fogo no ataque, Rui Vitória tem soluções para gerir, sendo certo que no arranque da preparação foi claro ao afirmar: “Vamos utilizar o 4x3x3 e o 4x4x2. Vamos ter estes dois sistemas sempre preparados. Não vou dizer qual é que vai ser preferenci­al. Mais à frente vamos começar a ver isso em relação à competição.”

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DUELO. Jonas e Ferreyra já começaram a discutir lugar no onze

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