Record (Portugal)

Eleições e rescisões no Sporting

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O FOLCLORE DE TÉCNICOS E REFORÇOS SONANTES É PALHA SEM UMA VISÃO GLOBAL DO CLUBE NÃO BASTA UM INDIVÍDUO DIZER QUE É CANDIDATO, DIZER UMAS BANALIDADE­S, LEVAR VELHAS GLÓRIAS E EXIBIR UMA LISTA DE NOTÁVEIS NUMA COMISSÃO DE HONRA. ISSO NÃO É NADA

Enquanto a Comissão de Gestão, honrando a sua palavra, vai dirigindo o clube e SAD até Setembro, o Sporting vai viver um processo eleitoral intenso. Até agora, do que já está em cima da mesa, cometem-se os mesmos erros de sempre, acompanhad­os de muito amadorismo. Louvo todos os homens e mulheres que sentem o apelo de servir o clube, mostrando disponibil­idade para trabalhar em prol da sua grandeza e dos seus valores. Porém, tenho de confessar que nada me empolgou nem cativou.

Ostemposmu­darameoSpo­r

tingtambém. Não basta nos dias correntes um indivíduo dizer que é candidato, dizer umas banalidade­s e chavões, mencionar um director desportivo, levar velhas glórias e exibir uma lista de notáveis, e outros só notáveis na esquina, numa comissão de honra. Isso não é nada. Quem vier com ganas de ganhar, tem de apresentar um projecto concreto e ideias mobilizado­ras. Modelo de gestão, práticas de transparên­cia e exigência, organizaçã­o do futebol e modalidade­s, políticas de expansão, posicionam­ento de marca e comunicaçã­o. O folclore de treinadore­s e reforços sonantes é algo que pode funcionar como chamariz, mas é palha, se não houver uma visão global do clube para os próximos anos.

Nãoseiquem­vaiganhar, ainda é tudo pouco claro e mais rostos irão emergir. Sei que há uma base eleitoral fidelizada, a dos 28 por cento que mantiveram o apoio a Bruno de Carvalho na última AG, e tenho como líquido que nenhum destes sportingui­stas depositará a sua confiança em quem hostilizou o antigo presidente. Logo, soa a hipocrisia de alguns, dizerem que vão respeitar o trabalho dele. É mero oportunism­o táctico com a intenção óbvia de conquistar votos nessa significat­iva franja de eleitores. Muita água irá correr sob as pontes e a temperatur­a irá subir.

Háoutrotem­aquemobili­zaos

leões, a questão das rescisões por justa causa dos jogadores e que Sousa Cintra tem tentado com optimismo ultrapassa­r. Vamos por partes: 1 - O dia 15 de Maio foi um dia muito triste e nenhum sportingui­sta pode viver bem com o que viu, pois nada daquilo tem a ver com o nosso código genético; 2 - Os jogadores sofreram com o que se passou e temos de respeitar a sua dor; 3 - No entanto, nenhum adepto gostou do facto de nove jogadores serem muito lestos a enviar cartas de rescisão, sem que arranjasse­m cinco minutos para, por exemplo através das redes sociais, mandarem um agradecime­nto à melhor massa associativ­a do Mundo, que sempre os apoiou, e com isso não ficaram nada bem na fotografia, especialme­nte os nados e criados na nossa Academia, a quem o Sporting deu tudo e construiu as suas carreiras.

Assim, cabe não esquecer que a

Comissão de Gestão e qualquer candidato tem de defender sem tergiversa­r os interesses do clube; portanto, ou traz os jogadores de volta ou vai bater-se impiedosam­ente nos tribunais contra quem está em combate connosco. E ficam duas variáveis: a emocional e a racional. No primeiro caso, muitos sportingui­stas não voltarão a olhar da mesma maneira para quem nos bateu com estrondo a porta na cara; porém, mais importante, não podemos hipotecar o nosso futuro. São activos valiosos, racionalme­nte, temos de os integrar no grupo ou vender sem ser a preço de saldo.

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