Record (Portugal)

O adeus de um grande

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Rui Patrício disse ontem adeus ao emblema de sempre numa despedida tão sentida quanto emotiva. Deixa o clube um dos seus grandes nomes, a quem faltam títulos de Campeão para ficar em lugar ainda mais alto na história leonina. Dificilmen­te pode ser-lhe imputada a ausência de conquistas do cetro máximo do futebol português. Lembro-me, por exemplo, de se dever muito a ele – e outros de espírito abnegado – o facto de o Sporting de Godinho Lopes a certa altura não ter ficado a jogar para não descer de divisão.

Ninguém gosta da forma como Rui Patrício saiu. Nem ele, nem os que lhe são mais próximos, muito menos os adeptos. O guarda-redes que viveu mais tempo em Alcochete e de leão ao peito do que na casa dos pais, tentou até ao último momento sair a bem do clube. Provavelme­nte, se Bruno de Carvalho tivesse aceitado a proposta do Wolverhamp­ton, as coisas teriam sido diferentes. Não só no caso do capitão, como nos que se lhe seguiram. Hoje é impossível dizê-lo.

O que li ao longo do dia nas redes sociais leva-me a pensar que há adeptos que não merecem os jogadores que têm. Por outro lado, lembro-me que há um exército organizado que valeu apenas 28 por cento na última assembleia. E tenho pena da imensa maioria que não merecia nada disto. O futebol às vezes é cruel.

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