Record (Portugal)

O PRODÍGIO DO SALTO EM ALTURA

- RAFAEL SOARES

Com apenas 20 anos, Yuliya Levchenko já é uma das maiores referência­s do salto em altura na Ucrânia e a concorrênc­ia internacio­nal deve tê-la em conta, depois de o estrondoso 2017 que a jovem atleta realizou. Em março do ano passado, nos Campeonato­s Europeus de pista coberta (Belgrado, na Sérvia), arrecadou a medalha de bronze (com 1,94 metros), mas não se contentou com tal façanha e chegou aos Mundiais de Londres para surpreende­r toda a gente e subir ao segundo lugar (com 2,01 m) - nunca alguém tão novo tinha conseguido a prata. Melhor do que ela só a russa Mariya Lasitskene. Pelo meio, esteve nos Europeus sub-23 e o inevitável aconteceu: ganhou o ouro. Antes, já tinha vencido os Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014. Levchenko é, assim, um enorme prodígio, cuja carreira até se iniciou de forma caricata e quase por acaso. É que a ucraniana deu nas vistas na escola por ser alta e desportiva­mente ativa, até que o seu professor de Educação Física lhe reconheceu todo o potencial. “Um dia, ele puxou-me pelo braço nos corredores, onde havia um local para saltar. Ele ensinou-me como fazer e acabei por tentar”, conta ao site da Red Bull. “Fiz o meu primeiro salto, de forma limpa, aos 12 anos. Atingi a marca dos 1,30 m. Desde aí, comecei a praticar regularmen­te”, revela. Agora, trabalha contra atletas mais velhas, fator que a ajuda a crescer. “Já estou a saltar contra adultas, frente a raparigas que já têm 30 anos e que já têm uma grande experiênci­a. Por exemplo, a campeã olímpica de 2016 tinha já 37”, explica, referindo-se à espanhola Ruth Beitia. Por já ter atingido conquistas importante­s, não é de estranhar que Levchenko pense em grande. “Antes, o simples facto de participar num Campeonato do Mundo era fantástico para mim. Agora, isso não é suficiente”, realça a jovem atleta. De resto, e apesar de já ser um rosto conhecido pelas adversária­s e pelos adeptos da modalidade, a ucraniana mantém-se igual a si mesma e sem sentir um maior peso nos ombros. “A pressão continua a ser igual. Eu não me preparo para isso, limito-me a fazer o meu trabalho”, salientou em entrevista ao site ‘Segodnya’. É certo que os próximos Jogos Olímpicos ainda estão longe (2020, em Tóquio) e até lá muito pode acontecer, mas Yuliya Levchenko tem de ser um dos nomes a ter em conta na luta pelas medalhas, esperando-se que mostre a evolução natural após ter sido 19ª em 2016. *

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