Record (Portugal)

Portugal prepara a defesa do Europeu de hóquei em patins e, em vésperas de a equipa partir para a Corunha, o selecionad­or nacional, Luís Sénica, lembra que a Espanha é a principal favorita , mas não esconde a ambição do bicampeona­to

- TEXTOS RICARDO CHAMBEL FOTOS BRUNO TEIXEIRA PIRES

Como está a correr o estágio de preparação para o Campeonato da Europa, que se realiza na Corunha, a partir de domingo?

LUÍS SÉNICA – Estamos dentro dos objetivos. Tínhamos uma preocupaçã­o devido à longa época que os jogadores tiveram, mas também porque uns pararam mais cedo do que outros. Neste momento estamos satisfeito­s com o que temos feito. Do ponto de vista emocional e motivacion­al, a equipa está bem, coesa, segura, tranquila e tem dado boas respostas na questão da gestão física. Estamos no caminho certo, ainda que falte acertar algumas coisas. Os jogos-treino têm-nos dado bons indicadore­s, uns muito positivos, outros que nos têm ajudado a refletir e a corrigir algumas nuances do próprio treino, que é o procedimen­to normal, mas estamos muito satisfeito­s.

No recente jogo-treino com a Espanha, Portugal apresentou todos os jogadores que vão estarno Europeu, mas o mesmo não aconteceu com o adversário. Preocupa-o não os ter visto jogar?

LS – Nem sequer é muito habitual este tipo de jogos antes das grandes competiçõe­s. Aconteceu, devido a uma circunstân­cia especial, e nós fizemos o jogo que tínhamos de fazer. Sobre o que se passa em Espanha, não me preocupa muito. O que quis foi retirar sinais da nossa equipa. Creio que demos bons indicadore­s,

“A EQUIPA ESTÁ BEM, COESA, TRANQUILA E TEM DADO BOA RESPOSTA NA QUESTÃO DA GESTÃO FÍSICA”

tivemos boas sensações, percebemos no que temos de continuar a trabalhar, sentimos o pulsar da equipa num treino muito intenso e competitiv­o. Isso é o que nos faz mover. Sobre a opção da Espanha em não apresentar os jogadores todos, eu não sei o que se passa na cabeça do selecionad­or. Jogaram com o que tinham e não estou preocupado. Jogando em casa, que Espanha espera neste Europeu?

LS – Há sempre um acréscimo de competitiv­idade e motivação por jogarem em casa. Nós sabemos bem isso, porque já nos aconteceu em Oliveira de Azeméis, em 2016. Esse pode ser um fator decisivo, quando as forças se equivalem. Espero uma Espanha diferencia­da do que aconteceu no Europeu de há dois anos. Espero uma Espanha muito próxima da realidade do que aconteceu no último Mundial, reformulad­a, mas não nova, já assimilada com as novas ideias do selecionad­or e com os novos compromiss­os motivacion­ais e creio que até fez uma mutação no seu perfil de jogo. Estamos a trabalhar e atentos a esses sinais, mas também temos de estar atentos, por exemplo, à França, que está no nosso grupo e que aparece muito competitiv­a.

Espera então dificuldad­es contra a seleção francesa, que parece querer aparecer em grande neste Europeu?

LS – Eu relembro que os três jogadores que a movimentam, os Benedetto, estão já a jogar em Espanha e certamente darão outra dinâmica, outro élan, outro nível motivacion­al e até competitiv­o. Para já temos de olhar para o nosso grupo.

Elogios àFrança, mas não é umsinal de fraqueza do hóquei em patins francês, que já anunciou a ausência dos Europeus jovens?

LS – Não creio. Temos de distinguir e diferencia­r duas situações. Uma é a capacidade competitiv­a desta seleção francesa, que é claramente de topo europeu e está no limiar das três melhores seleções da Europa. Portugal, Espanha e Itália, ou por outra ordem, não interessa. São aquelas que normalment­e reconhecem­os. A França é aquela que mais perto está destas três seleções – que tem evoluído e tem margem de evolução, porque são muito jovens – e que está a fazer um trabalho importante, colocando até jovens de grande qualidade em Espanha. Outra situação, que temos de separar, é o reconhecim­ento que o hóquei tem neste momento em França. Acredito que essa decisão do governo francês não terá impacto negativo imediato, mas sim a médio prazo.

Sobre a Itália, já anteriorme­nte nos confessou, após a conquista do Europeu em Oliveira de Azeméis, que parece uma seleção mais preparadap­araEuropeu­s do que Mundiais. É isso que espera?

LS – Estranhame­nte, acontece, embora eu não tenha uma explicação lógica para isso, mas os resultados

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