“Novo modelo vai trazer dificuldades”
A Federação de Patinagem de Portugal está prestes a alterar o quadro competitivo, aumentando o número de jornadas para 40. Como diretor técnico nacional, como analisa este novo modelo? LS – Não sei se essa alteração é definitiva. Creio que ainda não está fechada. Ainda assim, a minha posição é conhecida. Este não é o modelo que eu defendo, no entanto respeito, uma vez que parece ter algum consenso num primeiro momento entre os clubes. Talvez com uma reflexão mais aprofundada se apercebam que ele tem uma carga competitiva exacerbada, altamente penalizadora.
É algo que pode prejudicar a Seleção Nacional?
C – Não me preocupa a Seleção. Vamos ser claros. O que faz pulsar o Campeonato Nacional são os clubes. São eles que treinam os nossos jogadores o ano inteiro, são eles que representam Portugal nas competições internacionais e tudo o que de bom eles fizerem faz com que a Seleção também seja mais capaz. Portanto, o que importa é o hóquei em patins português. Não é a Seleção.
Mas pode também trazer dificuldades na calendarização dos trabalhos da Seleção?
C – Com um número excessivo de jogos, haverá dificuldades processuais para as equipas que estão nas competições europeias, que acredito que estejam muito mais fatigadas, muito menos preparadas, jogando em muitas frentes nos mesmos momentos. Depois, com o excesso de competitividade e sem o mesmo tempo de regeneração, haverá menor capacidade para os atletas se prepararem para a Seleção Nacio-
“NÃO É O MODELO QUE EU DEFENDO, AINDA QUE RESPEITE, UMA VEZ QUE PARECE TER CONSENSO ENTRE OS CLUBES”
nal. Poderá haver uma fatura potencialmente perigosa.
Como se posiciona em relação aos condicionalismos do sorteio? C – Não me vou esconder atrás de um biombo e dizer que não sei do que estamos a falar. Eu defendo um modelo democrático, que permite jogar todos contra todos. Tem a particularidade de ter um momento final de decisões, com uma espécie de playoffencapotado. Tirando uma ou outra nuance, creio que é um modelo muito competitivo. *