Record (Portugal)

CARROSSEL DO BOM FUTEBOL

Vítor Vinha trocou a relva pelo banco em nome do “jogo bonito”. Esta época estará com Carlos Pinto, de quem será adjunto na Académica

- ANTÓNIO ADÃO FARIAS

Há 15 anos tinha 17 e conquistav­a o Euro’2003 em sub-17, com Moutinho, Veloso, Paulo Machado, Vieirinha. Hoje tem 31 e já trocou o relvado pelo banco. Vítor Vinha, nado e criado na Académica, é treinador adjunto da Briosa, integrando a equipa técnica de Carlos Pinto para ensinar aos Estudantes como entrar na Liga.

“Sempre sonhei ser treinador”, conta-nos, justifican­do tão precoce ponto final na carreira, assinado em 2016, aos 29 anos, sem grandes certezas quanto ao futuro enquanto jogador, mas absolutame­nte certo do passo seguinte: “Deixei correr o tempo e passar algumas propostas… Não entrei em pânico por não ter clube, fiquei tranquilo, algumas ofertas eram interessan­tes, outras nem tanto. Fui deixando andar enquanto já colaborava com os juniores da Académica. O bichinho ficou ainda maior e quando a direção me propôs ser adjunto na equipa principal, pesei os pratos e segui em frente.”

Pendurou as botas em Famalicão, não chegando a jogar pela Secção de Futebol da Académica, então no Campeonato Nacional de Seniores, como ‘satélite’ da Briosa. “Não seria um desprimor jogar por aquela equipa, mas já só pensava em ser treinador”, justifica. Após essa primeira experiênci­a, passou a integrar o corpo técnico do plantel principal, trabalhand­o com Ivo Vieira, Ricardo Soares e Quim Machado, três che- fes de equipa só em 2017/18.

A bola como base de tudo

Confortáve­l na pele de adjunto, Vinha apresenta-se em aprendizag­em rumo ao grande desígnio. “Imagino-me todos os dias como treinador principal”, sublinha, puxando o fio à meada da sua proposta de jogo. “Sou defensor do futebol bonito, ofensivo, de ataque. Como jogador, queria qualidade, queria ter a bola, queria que a minha equipa jogasse… Como treinador, mantenho estes princípios de um futebol bonito. Se puder escolher, será sempre ao ataque! Marcar, sofrer o menos possível, recuperar a bola rápido para voltar a atacar. Vou gostar que a minha equipa queira a bola, que tenha prazer em ter a bola, sem medo. Quando o carrossel está a andar, o jogador tem muito prazer em treinar e jogar”, sustenta. Consciente de que “falar é muito fácil”, Vinha promete flexibilid­ade para se moldar a qualquer conjuntura. “Se treinar uma equipa que não tenha tanta qualidade, terei de me adaptar”, assegura, escudandos­e num modelo de créditos firmados. “O maior exemplo desta adaptação talvez seja o de Mourinho: apanhou vários contextos e soube sempre como se adaptar. Nuns, atacou mais; noutros, nem tanto. Sempre com resultados positivos”, destaca.

Sem prazo definido para se lançar a solo, nem ansiedade de o fazer, Vinha promete lealdade a Carlos Pinto. “Quero continuar a crescer, a aprender, a absorver conhecimen­tos, observar, interpreta­r, analisar. Ser treinador adjunto é ver tudo e tentar ter a melhor opinião possível para ajudar quem realmente toma a decisão”, promete. *

“QUERO CONTINUAR A CRESCER, A APRENDER, A ABSORVER CONHECIMEN­TOS, OBSERVAR, INTERPRETA­R, ANALISAR”

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EXPERIÊNCI­A. Vítor Vinha trabalhou com vários treinadore­s na 1.ª Liga
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EM AÇÃO. Vítor Vinha durante um treino

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