A MÃO DE DEUS OU O MUNDO NUM PÉ ESQUERDO
O ano em que ‘El Pibe’ levou uma das seleções argentinas menos dotadas ao título
Nas bancadas, a ‘hola’, no relvado, alguns dos melhores espetáculos de sempre. A RFA de Rummenigge, a Bélgica de Scifo, o Brasil de Zico, a Dinamarca de Elkjaer Larsen, a Espanha de Butragueño, a França de Platini, a Inglaterra de Lineker, a Itália de Altobelli, o México de Hugo Sánchez, a URSS de Blokhin, o Uruguai de Francescoli e... a Argentina de Maradona! Carlos Bilardo, médico de clínica geral, receita ‘El Pibe d’Oro’ para tratar os males de uma das seleções argentinas menos dotadas. Mal ou bem, desfila até à final. Mais que o histórico confronto que a consagrou, importa voltar aos ‘quartos’, onde a Argentina fez a cama à Inglaterra. Maradona no Olimpo, o dia da inolvidável... ‘Mão de Deus’: Hodge avia chouriço para o ar, Don Diego não perde o norte, corre contra Shilton, vai de cabeça onde o guardião não chega de braços. Como? ‘Mão de Deus’. Seriam precisas duas décadas para confessar o ‘crime’, mas só tardou 4 minutos a desenhar a mais bela de todas as obras de arte feitas de bola na relva. “Aí a tem Maradona, marcado por dois. Pisa a bola, arranca pela direita. Pode tocar para Burruchaga, sempre Maradona... génio, génio, génio... tá, tá, tá, tá... gooolo! Quero chorar, Deus Santo, viva ao futebol! Golaço, Diego! Maradooona! É de chorar, descul- pem-me! Memorável, a melhor jogada de todos os tempos! Barrilete cósmico, de que planeta vieste para deixar pelo caminho tanto inglês?”. O relato de Victor Morález arrepia tanto quanto ajuda a perceber a magnitude de um momento único. Eis Diego Armando Maradona. Lendário!
ARGENTINA-RFA, 3-2 (Brown 23’, Valdano 55’ e Burruchaga 83’; Rummenigge 74’ e Völler 80’)