Record (Portugal)

MAGIA, SUPERAÇÃO... AS DROGAS E UM ASSASSINAT­O

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O drama de Baresi, o doping de Maradona, o autogolo de Escobar e o ‘tetra’ canarinho

Do drama de Baresi, à tragédia de Escobar, a polémica de Maradona, ou o encanto da Colômbia de Valderrama, o fascínio pelos Estados Unidos de Lalas, o perfume da Bulgária de Stoichkov e da Suécia de Brolin. A 23 de junho, a Itália vence a Noruega, mas perde o capitão Franco Baresi. Atenção: não há camisola 6 no Milan em sua homenagem.

Aos 34 anos, o melhor líbero do Mundo sente o menisco ceder, bate em retirada do jogo, mas não do Mundial. Submetido a artroscopi­a, fica a saber que só voltaria a jogar caso a Itália chegasse à final. Recusa voltar para casa e 23 dias depois defronta o Brasil. Se dúvidas houvessem, a marcação implacável a Romário logo as dissipa. Pior só o penálti falhado no desempate: bola para as nuvens, tal qual o estratosfé­rico falhanço de Roberto Baggio. A festa foi brasileira, com sentida homenagem a um lendário piloto de F1 falecido em pista, meses antes: “Senna, aceleramos juntos. O tetra é nosso!”

Pelo meio, a Argentina esmaga a Grécia. Maradona fecha o 40 com golo magistral, festeja de raiva e sai pela mão de… uma enfermeira. Acaba suspenso, acusado do consumo de cinco (!) substância­s proibidas, todas presentes em descongest­ionantes nasais. À memória volta a acusação do portista Branco, brasileiro que denunciara “gar- rafões de água suspeita no banco da Argentina” no Itália’1990… Pior sina do que a de Maradona, só a de Andrés Escobar. “A vida não acaba aqui”, eis como este central reagiu à eliminação da sua Colômbia, com autogolo seu pelo meio. A sentença sailhe pela culatra, semanas depois, assassinad­o, numa rixa com narcotrafi­cantes ligados à máfia das apostas.

Brasil-Itália, 0-0 a.p. (3-2 pen.)

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