Croácia, pois claro
uma história de admiração e fascínio que começou quando tinha apenas 16 anos. Estávamos no França’98. Aquele Mundial que Portugal viu esfumar-se quando o árbitro francês Marc Batta expulsou, injustamente, Rui Costa no derradeiro jogo de qualificação frente à Alemanha.
Os portugueses agarraram-se ao fado. E como em muitos Mundiais anteriores, também tiveram de se agarrar a outras seleções. Os tais pequenos que batiam o pé aos grandes (aquilo que Portugal fazia, por vezes,
DENTRO DO CAMPO NÃO HÁ PAÍSES GRANDES E PEQUENOS; IMPERA O
nessa altura). É neste quadro que aparece a Croácia. Uma geração fantástica de jogadores. Sem tradição, mas enorme dentro de campo.
O meuprimeiro olhar sobre estaequipa aconteceu dois anos antes, no Euro’96, quando foi derrotada pela geração de ouro do futebol português. Mas em França estava mais adulta, mais equilibrada, mais refinada. Foi travada nas meias-finais, com dois golos de Thuram, não antes de esmagar a Alemanha, então campeã da Europa, num recital de futebol.
Os anos passarame aCroácia, apesar de continuar a produzir bons jogadores, demorou a ter uma seleção que pudesse ombrear com a de 1998. Ela apareceu agora, na Rússia, depois de já ter dado mostras da sua capacidade no Euro’2016 (eliminada por Portugal no prolongamento dos ‘oitavos’). Uma vez mais, evoluiu, cresceu e chega hoje à sua primeira final de um Mundial. Onde antes viviam Suker, Boban, Prosinecky e companhia, brilham agora Modric, Rakitic, Mandzukic e Perisic. Os heróis de uma nação que tem apenas 4 milhões de habitantes. Dentro do campo, porém, não há países grandes e pequenos. Impera, por norma, o bom futebol. E nesse aspeto, a Croácia tem sido gigante.