CLÁUDIA ABREU UMA MARATONA NUM CENÁRIO DE SONHO
Atleta portuguesa, de 41 anos, completou uma das mais exigentes corridas do Mundo
Um sonho tornado realidade, depois de 24 semanas de preparação, com sacrifícios vários, desde a necessidade de abdicar de certos ‘caprichos’ até aos exigentes treinos (no total completou 1.100 quilómetros) para chegar nas melhores condições àquela que é vista por muitos como a maratona mais exigente (e bonita) do Mundo. E percebe-se bem o porquê... Para lá dos 42.195 metros da corrida, no Mont Blanc há ainda a enfrentar um desnível positivo de 2.700 metros, o que torna esta aventura uma verdadeira montanha-russa. Cláudia Abreu, uma designer de 41 anos, conseguiu completá-la no 166º lugar feminino em 363 ‘finishers’ (com 8:17.46 horas) e, a Record, partilha toda a sua alegria. “Foi uma preparação intensa, de muitas semanas de treino, muita aprendizagem e dedicação, com dias fantásticos, outros mais difíceis, não só ao nível físico mas sobretudo ao psicológico. Mas no final acabou por ser uma etapa incrível, que culminou numa prova inesquecível!”, sublinha. Uma prova inesquecível, mas ao mesmo tempo exigente, na qual a meteorologia foi “a maior dificuldade”. Ainda assim, a possibilidade de estar naquele cenário valeu todo o esforço: “O percurso é de uma beleza fascinante, encantadora. Senti-me uma privilegiada por correr ali, por desfrutar e apreciar todo aquele ambiente.” Um ambiente e um cenário que, segundo admite, tornou impossível desanimar ou sequer questionar o porquê de estar ali a desafiar as montanhas. “Isso era impossível! Especialmente perante os cenários fantásticos que me rodeavam e que se tornavam cada vez mais imponentes e de uma beleza única. Claro que houve momentos muito duros fisicamente, mas para
FORAM 24 SEMANAS INTENSAS DE PREPARAÇÃO PARACHEGAR AO FINALNAMÍTICAPROVAQUE DECORRE ANUALMENTE NOS ALPES
isso é que servem os treinos!” Olhando para trás, para as horas e horas que passou em prova, Cláudia Abreu lembra vários momentos importantes - como a partida, em que o que se sentia era “a concentração e o nervosismo”, ou a chegada, pautada por um “turbilhão de emoções” -, mas há um que lhe ficou na memória. Quando alguém, em português, puxou por si, gritando ‘olha uma portuguesa! Força! Força até ao fim!’. “Foi muito bom!”, confessa.
E agora?
É habitual dizer-se que quem entra neste tipo de provas, normalmen- te só pensa em meter-se noutra quando cruza a linha de meta. Terá sido mesmo assim neste caso? “Sim, sem dúvida! Fui grande parte da prova a pensar ‘isto é lindo, tenho de voltar, tenho de voltar!’. Posso dizer que cruzei a meta deste sonho com muitos outros no horizonte. A sensação de cortar a meta no topo da montanha foi para mim diferente de todas as outras metas que já cruzei. Senti uma emoção grande por ter terminado, mas não senti como um ponto de chegada ou de fim. Senti que tinha apenas terminado uma etapa”, explica. A finalizar, Cláudia Abreu aproveita a oportunidade para realçar o papel de quem a acompanhou de perto nesta aventura, o seu treinador Alexandre Pinto. “Muito mais do que um plano de treino, formámos uma boa equipa durante estas semanas. O mérito pode ser meu, mas sem dúvida que grande parte desta minha conquista a devo a ele”, admite a atleta, que através do Instagram partilha as suas aventuras em @_trancinhas_. *