ROBERTO MARTÍNEZ
Belgas marcam cedo e condicionam jogo inglês. Depois, foi só gerir e esperar pela ‘machadada’
OURO: Pelas mãos do técnico espanhol, Roberto Martínez, a Bélgica conseguiu ontem o último lugar do pódio no Mundial da Rússia, superando o 4.º lugar alcançado no México em 1986. [
Dizem que é o jogo que ninguém quer jogar, mas não é bem assim. Ser terceiro é consideravelmente melhor do que acabar em quarto, até pelo facto de estar uma medalha (a de bronze) em causa. A Bélgica – que foi mais exuberante durante toda a competição, conforme os 16 golos obtidos o demonstram –quis mais essa compensação e, com justiça, alcançou o objetivo. Mas, quem esperava um jogo de grande qualidade, aberto, ficou à... espera de melhor. O facto de os belgas, logo de entrada, terem inaugurado o marcador, toldou a partida. O remate certeiro de Meunier (aos 4’) fez com que a Inglaterra assumisse as rédeas do encontro, mas com a aceitação do opositor. A Bélgica, mesmo na expectativa, foi sempre melhor, mais arguta, gerindo a vantagem e os ritmos do jogo. Duas equipas já desgastadas – e sem a motivação que hoje franceses e croatas vão ter por estar em causa um título mundial – não exibiram o seu melhor futebol. Os ingleses, então, cedo se mostraram incapazes de chegar mais longe. Ainda assim, aos 69’, Dier esteve perto do empate. Mas foi pouco, muito pouco para um conjunto que batalhou tanto em embates anteriores.
Seria Hazard, já na parte final, a selar o sucesso belga, finalizando uma transição rápida e com critério. E se alguém na formação de Roberto Martínez merecia isso, era o maestro. Na prova que o consagrou como um dos melhores executantes da atualidade, Hazard mostrou, mais uma vez, todo o perfume do seu futebol. O talento individual não é tudo num jogo coletivo, mas dá uma ajuda importante. E a Bélgica, na sua melhor classificação de sempre, pode orgulhar-se de ter um leque amplo de grandes figuras... *