Record (Portugal)

“Eu e Vieira falamos constantem­ente”

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Não achou que o choque com Bruno de Carvalho podia ter acontecido mais cedo?

JJ – O presidente sempre me respeitou profission­almente. Logo no primeiro dia disse como trabalhava e esse conflito nunca existiu, porque nunca deixei ninguém interferir, seja no Sporting ou no Al Hilal. Nunca houve problema em relação a isso. Não importa falar disso, porque já nem eu nem ele estamos lá. O que eu tenho para dizer, disse a quem tinha de dizer. Tenho saudades da estrutura, tínhamos uma equipa fabulosa e o José Peseiro vai continuar a ter essa equipa. Não conta só ter bons jogadores e bom treinador, mas também um bom presidente e uma boa estrutura.

Se nada disto tivesse acontecido, esta seria a grande época do Sporting?

JJ – Claro que os anos fomentam qualidade em todos os aspetos. Não só a qualidade dos jogadores como a qualidade de todas as pessoas que rodeiam a estrutura do futebol, porque são determinan­tes. Até o empregado que corta a relva é importante. De ano para ano o Sporting criou um potencial muito forte de valorizaçã­o de ativos e este ano acho que ia ficar mais forte. Em janeiro já tínhamos contratado alguns jogadores e nos quais acreditava muito. Acho que a equipa teria de ser mais forte, porque os anos vão-nos dando conhecimen­to. Alias, à imagem do que fiz no Benfica. Só não ganhámos as finais da Liga Europa. Quero ver daqui a quantos anos é que uma equipa portuguesa chega a uma final europeia...

Como está a relação com Luís Filipe Vieira?

JJ – Está boa, desde o momento que cheguei a acordo no problema que existia entre mim e o Benfica. Trabalhámo­s juntos vários anos e depois fui para o Sporting, o que criou alguns problemas na nossa amizade. Mas desde o segundo ou terceiro ano de Sporting que falamos constantem­ente...

Pode um dia voltar ao Benfica?

JJ – Não fecho as portas a nenhum clube português. O único grande que não treinei foi o FC Porto. Sabe que esta nossa vida não pode ter um projeto muito bem definido. Nunca pensei sair de Portugal e dizia que só saía se fosse para uma grande equipa europeia. Se me dissessem há

“SE ME DISSESSEM HÁ 4 MESES QUE EU ESTARIA NA ARÁBIA, DIRIA QUE SÓ MALUCO. E NÃO SOU MALUCO E E STOU CÁ”

quatro meses que estaria na Arábia, diria que só se fosse maluco. E não sou maluco e estou cá. Não sei o que vai ser o futuro, mas tenho um projeto com pessoas que me querem muito, com pessoas que acreditam muito em mim.

E o FC Porto? É amigo de Pinto da Costa...

JJ – Deixei em todos os clubes por onde passei a amizade dos presidente­s. A amizade que me une ao presidente do FC Porto e também do Benfica não vai interferir certamente na minha vida profission­al. Quando me contratam, é pela minha capacidade e não pela amizade.

Ficou algo por fazer no Benfica e no Sporting?

JJ – No Sporting ficou. O meu grande objetivo era ser campeão nacional no Sporting, porque a hegemonia do futebol em Portugal era do Benfica. Aliás, ainda é, porque não é por ter estado um ano sem ganhar que perdeu essa hegemonia. Achava que em três anos conseguia ser campeão. No primeiro ano estivemos perto, mas não conseguimo­s. *

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