Record (Portugal)

“Comigo os títulos não vão aparecer e desaparece­r”

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Que análise faz ao mandato de Bruno de Carvalho?

JB – A raça levou-me ao topo do clube enquanto atleta, o futuro fazme voltar. Preocupo-me com o futuro do Sporting e não estou aqui para mudar o que está bem. Já enumerei algumas coisas: a maioria do controlo da SAD na posse do clube ou a aposta vencedora nas modalidade­s, por exemplo. Eu próprio fui campeão com Bruno de Carvalho. Aquilo que é a militância e o incremento de novos sócios são coisas boas. O que está bem vamos manter e enquadrar no nosso projeto.

Falou do futuro, mas o presente preocupa-o?

JB – Não. O Sporting nunca acabará, já vem de há muito. É lógico que temos de saber o que ali está, o que se passa dentro do clube… Há uma auditoria em curso que vai dar os seus resultados, mas nada do que possa acontecer me preocupa.

Diz que não se candidata para “revolucion­ar o que está bem”. E o que é que está mal?

JB – O que me deixa extremamen­te intranquil­o é que a estabilida­de financeira e institucio­nal das organizaçõ­es tem por base as conquistas desportiva­s. Podemos ser crânios da gestão, mas se não houver vitórias torna-se tudo muito difícil. Se conseguirm­os essas vitórias no futebol teremos uma base de sucesso.

Consigo os títulos vão voltar? JB – A garantia que dou é a de que, quando os títulos começarem a voltar, não vão aparecer e desaparece­r. Quando começarmos a ganhar, os títulos vão manter-se no Sporting. Tivemos vários títulos nas modalidade­s mas o nosso objetivo primordial não é fazer promessas, é dizer que vamos procurar a vitória. Quando começarmos a ganhar vamos ser sustentado­s.

A anterior direção deveria ter saído pelo próprio pé?

JB – Os sócios decidiram que deviam ser convocadas eleições. É para isso que aqui estamos, para esse futuro do Sporting. Tenho opinião, mas tenho de perceber onde e quando é que a posso exprimir. Fui a todas as assembleia­s gerais e aí é que se expressam as opiniões.

Bruno de Carvalho é hoje um homem diferente em relação ao que era em 2013, por exemplo? Afinal, lidou com ele enquanto atleta. JB – Neste momento é um ex-presidente do Sporting, temos de o respeitar. O que me proponho é pensar sobre o futuro do Sporting, não a perder tempo a falar do que foi o passado. Do passado lembro-me do que me motivou a estar aqui: a visão dos nossos fundadores.

Reconhece legitimida­de a Bruno de Carvalho e Carlos Vieira para se candidatar­em?

JB – Há pessoas que vão decidir o desenrolar do processo. Longe de mim influencia­r o que quer que seja. O processo está onde tem de estar, com as pessoas que têm de estar e elas decidirão. Se forem considerad­os válidos a cumprir os requisitos, muito bem. Serão bem-vindos, mas que venham com elevação. Bruno de Carvalho e Carlos Vieira e todos os que se candidatem.

Uma das grandes críticas que apontam ao presidente destituído é a forma de comunicar. Que tipo de liderança preconiza?

JB – Temos de comunicar institucio­nalmente, mas o fundamenta­l é dar a conhecer aqueles que estiveram dentro do campo. Eu e o grupo que me orgulho de liderar já tivemos o nosso protagonis­mo. Os holofotes não nos fazem falta. Sabemos as figuras que nos podem fazer felizes a nós e aos sportingui­stas. Vamos dar condições aos atletas e trabalhar muito dentro para que fora as pessoas percebam que o clube está em boas mãos. *

“EU E O GRUPO QUE ME ORGULHO DE LIDERAR JÁ TIVEMOS O NOSSO PROTAGONIS­MO. OS HOLOFOTES NÃO NOS FAZEM FALTA”

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