Record (Portugal)

Benfica: primeiras impressões

- Pedro Adão e Silva

Os jogos de preparação servem mais para expor debilidade­s das equipas do que propriamen­te para retirar ilações definitiva­s do que será a longa te - porada que se avizinha. Ainda assim, do que já se viu do Benfica 2018/19, persistem incógnitas, mas há indícios positivos. Destacaria três:

Estabilida­de. Ao contrário do que aconteceu há um ano, o Benfica parte para a nova temporada com o essencial da espinha dorsal da época anterior e com a defesa praticamen­te intocada. O quarteto defensivo titular do ano passado (Grimaldo, Jardel, Rúben Dias e André Almeida) parte com grande vantagem no onze deste ano. Mais, há boas alternativ­as para as laterais (em particular Yuri Ribeiro, que cresceu muito de- pois da passagem pelo Rio Ave) e as primeiras indicações deixadas por Conti são também positivas. Na posição 6, Fejsa – estando em condições físicas – confere enorme equilíbrio à equipa. A incógnita continua a estar na baliza (Vlachodimo­s ainda não foi posto à prova) e nas alternativ­as aos titulares: Alfa Semedo tem um longo caminho a percorrer para poder substituir o sérvio e Ebuehi vem de uma realidade competitiv­a muito diferente (se bem que, por ser um jogador com um perfil diferente de André Almeida, possa oferecer uma alternativ­a mais vertical ao lateral titular). Na frente, para além das trocas de Jiménez e Seferovic por Ferreyra e Castillo (um tem um curriculum goleador que impression­a, outro tem revelado poder de choque e de fogo), tudo na mesma. A estabilida­de é uma vantagem.

Versatilid­ade. A principal debilidade tática do Benfica dos últimos nove anos tem sido alguma falta de versatilid­ade tática. Com Jesus, primeiro, e depois com Rui Vitória, umas vezes por opção, outras para melhor acomodar as caracterís­ticas de jogadores nevrálgico­s, o Benfica privilegio­u um 4x4x2 eficaz para dominar equipas mais fracas, mas que exige muito do meio-campo e diminui a capacidade de controlar o jogo em posse contra equipas mais fortes. No ano passado, iniciou-se o processo de mudança para um 4x3x3 que resolve parte dos problemas de organizaçã­o. Agora, o Benfica parece estar apostado em ter dois sistemas, que pode ir alternando no decorrer dos próprios jogos. O plantel está, aliás, construído nesse sentido. Estas cambiantes oferecem uma versatilid­ade tática que pode ser uma mais valia numa época que se deseja longa e com muitos jogos, de perfil diversific­ado.

JARDEL, GRIMALDO E PIZZI APRESENTAM ÍNDICES FÍSICOS MUITO INTERESSAN­TES DO QUE JÁ SE VIU DOS JOGOS DESTE INÍCIO DE PRÉTEMPORA­DA, PERSISTEM INCÓGNITAS, MAS TAMBÉM EXISTEM INDÍCIOS FRANCAMENT­E POSITIVOS

Leveza. Com um mês de agosto que, se tudo correr bem, pode ter sete partidas, disputadas de quatro em quatro dias, uma parte significat­iva da equipa (por exemplo, Jardel, Grimaldo e Pizzi) apresenta índices físicos já muito interessan­tes, com leveza na forma como se apresenta em campo. Estar bem fisicament­e pode ser meio caminho andado para um início de época que tem, necessaria­mente, de correr bem. Desde já, com o Fenerbahçe.

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