“Pedi-lhe para deixar o guru e obriguei-o a comer peixe”
Marian Vajda, treinador de Novak Djokovic, conta como o ajudou a ‘salvar’ a carreira após ano negro
Há quatro meses, Novak Djokovic, um dos melhores jogadores da história, estava ‘enfiado’ num buraco. Numa série de três derrotas seguidas – Open da Austrália, Indian Wells e Miami –, a maior em 11 anos, o sérvio despediu os seus treinadores [Andre Agassi e Radek Stepanek] e voltou a pedir ajuda a Marian Vajda, o técnico que despedira um ano antes. “Ligou-me após perder em Miami. Não tinha certezas sobre a equipa técnica e estava sempre a comparar o presente com o passado e convidou-me a voltar a trabalhar com ele. Pensei muito, re-
SÉRVIO VENCEU WIMBLEDON, MENOS DE QUATRO MESES DEPOIS DE SE VOLTAR A JUNTAR AO TÉCNICO ESLOVACO
fleti em família e decidi aceitar”, confessou Vajda, em entrevista ao jornal eslovaco ‘Sport Klub’. O técnico explicou ainda os dois aspetos-chave para o regresso de Djokovic ao melhor nível, consumado com o título em Wimbledon: adeus ao guru espiritual dos abraços coletivos, Pepe Imaz, e o fim da rigorosa dieta vegan a que Djokovic se submetia. “Quis que ele parasse com a sua colaboração com Pepe Imaz. O ténis não é filosofia. Quando tens um adversário do outro lado, tens de pensar em onde vais meter a bola e não em Buda”, confessou, antes de ser claro sobre a alimentação de Nole. “Ele tem o corpo perfeito para jogar ténis, mas os músculos precisavam de ser fortalecidos. A sua alimentação é vegetariana, mas precisava de alguma proteína animal. Sem ela era impossível competir ao melhor nível. Obriguei-o a comer algum peixe, porque carne ele não come mesmo.” *