O caminho é para a frente
Mais de dois meses depois do ataque à Academia de Alcochete, e apesar da saída de Bruno de Carvalho, seis dos nove jogadores que rescindiram contrato com o Sporting ainda não chegaram a acordo com o clube, fosse para regressarem, fosse para uma transferência. Mas, ao contrário do que muitos davam como um dado adquirido tornou-se, à medida que o tempo passa, um mar de dúvidas: será mesmo considerado que houve justa causa para as rescisões de contrato?
AFIFA, até em nome da estabilidade do sistema de transferências, nunca foi muito de facilitar rescisões com justa causa – com exceção de casos de incumprimento salarial. Mas a verdade é que poucos são os clu-
TODOS OS CLUBES JÁ PERDERAM ‘IMPRESCINDÍVEIS’ E NENHUM ACABOU POR CAUSA DISSO
bes dispostos a arriscar uma batalha legal que pode acabar no pagamento de uma avultada indemnização ao Sporting. Por isso, todos tentam conversar, aproveitando uma eventual fragilidade negocial dos leões neste processo.
Ao mesmo tempo, o Sporting vai-se reerguendo. Há um mês, muitos acreditariam que, perante tantas baixas, seria uma temporada negra para a equipa de Alvalade. Mas o regresso de Bas Dost e Bruno Fernandes, em simultâneo com um ataque arrojado ao mercado de transferências, poderá colocar à disposição de José Peseiro uma equipa competitiva, ao ponto de poder lutar pelo título. Jogadores como Rui Patrício, Battaglia, William e Gelson eram mais-valias claras, mas todos os clubes já perderam ‘imprescindíveis’ e não há notícia de que algum tenha acabado por causa disso. O caminho é para a frente.