Record (Portugal)

A união faz o Leão

- Diretor-geral da Cofina Octávio Ribeiro

OS CORSÁRIOS DO PASSADO APROVEITAR­ÃO QUALQUER PERDA DE PONTOS PARA FALAR O SPORTING MERECE TER SORTE DEPOIS DE TUDO O QUE SE PASSOU NO PASSADO RECENTE. A QUESTÃO É QUE AS ELEIÇÕES PODEM AMEAÇAR O CLIMA DE ALGUMA ESTABILIDA­DE QUE AGORA SE VIVE

Depois da ditadura de república das bananas liderada por Bruno de Carvalho, terão os sócios do Sporting ainda uma reserva de paciência para esperar por títulos? Ou esgotaram toda essa virtude nos anos de desvario do anterior presidente? Importa recordar que Bruno prometia o título de campeão em setembro e deixava esvair a esperança em abril ou maio. E voltava a prometer logo a seguir. Ainda se lembram, ou já não?

O plantel leonino é mais rico do que há ummês se poderia ima- ginar. O treinador sabe muito de futebol. O ambiente é de alguma estabilida­de, que umas eleições balcanizad­as ameaçam poder estragar. O ideal em Alvalade será colocar uma redoma por cima da atividade da SAD e do futebol profission­al, tentan- do que toda a atividade eleitoral passe ao lado.

As últimas semanas de campanha decorrerão já com o campeonato

em andamento. Com bolas a bater na trave, árbitros e os seus vídeos, adversário­s fortes. Qualquer perda de pontos poderá ser aproveitad­a pelos corsários do passado para exclamarem: connosco seria melhor. Muito melhor. Como se viu nos últimos anos… Por tudo o que se passou,

nos tempos recentes, o Sporting merecia ter uma época de sorte. Os jogadores que voltaram a entrar no balneário onde vive- ram o inferno das agressões e das tochas mereciam ter um troféu para entregar aos adeptos no final da temporada. É impossível?

Não. Basta que as bancadas se unam em torno da equipa. Que José Peseiro junte à sua competênci­a técnica a assertivid­ade de que são feitos os líderes. Ninguém lhe pode pedir que se torne de repente um Mourinho ou um Sérgio Conceição. Mas o que falta a Peseiro para ser um grande comandante é só um bocadinho assim…

Falta-lhe a capacidade para atrair sobre si a pressão negativa e deixar os seus jogadores, por via disso, entregues à boa sorte. Falta-lhe hesitar menos. Fazer cada jogador acreditar na suas capacidade­s ao ponto de cada um achar-se muito melhor no Sporting do que efetivamen­te é fora daquela dinâmica coletiva.

O Sporting merece ter sorte.

Os jogadores que voltaram após as torturas mentais e físicas da última época, também. E o seu líder técnico, um homem para quem o futebol não tem segredos, se ultrapassa­r o estigma das águas mornas, igualmente.

Já todos testemunhá­mos fenómenos bem mais estranhos do que seria este Sporting lograr uma época de campeão. Com tão inoportuna­s eleições a pesar nas costas dos atletas, logo no início de setembro, os adeptos do Sporting terão um papel ainda mais relevante do que é costume e natural em qualquer clube grande. É muito do seu comportame­nto, ambiente gerado nas bancadas, que dependerá a vitória sobre a relva. A união será possível?

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