Record (Portugal)

“Queremos banir adeptos que cometam crimes”

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Os adeptos de risco são um problema?

PM – Gostava que não fossem... O futebol não subsiste sem adeptos. Claro que temos de privilegia­r os que não são de risco, pois vêm ao futebol mais na desportiva. Quando perdem, vão tristes, mas não criam problemas. Os de risco não é bem assim. E esses comportame­ntos têm de ser banidos. O Benfica não quer ter no seu seio adeptos que cometam crimes. Queremos bani-los. Temos de colaborar com as autoridade­s nesse sentido.

Até onde pretendem ir?

RP - Espero que ainda haja tempo para que as nossas propostas sejam acomodadas. Recebemos a proposta de lei na segunda-feira e já contestámo­s aquilo que não foi debatido nas nossas reuniões. O bem maior que pretendemo­s é combater a violência e queremos expurgar do futebol os criminosos e quem comete atos ilícitos. Por aí, estamos todos de acordo. Na forma como faremos esse combate é que estamos em desacordo. Continuamo­s a ver a insistênci­a num modelo que não é capaz de resolver o combate aos adeptos de risco. Não queremos promover guerra contra ninguém, apenas achamos que não terá aplicação prática.

Percebe que os outros clubes contestem o facto de o Benfica não ter GOA, uma vez que as claques deles estão legalizada­s?

RP – Não deveria haver guerras clubística­s aqui. Contudo, nem tudo está claro. E tal ficou provado por aquilo que foi dito pelo responsáve­l dos White Angels [ver página anterior]. Não nos poderemos deixar ludibriar pelo grupos registados, pois muitos deles são eféme- ros e na prática não existem. Ainda agora vimos o caso de Alcochete, uma situação penosa e algo que poderia acontecer em qualquer outro centro de treino. O presidente deste grupo organizado de adeptos disse que só 14 dos presos são da Juve Leo, mas as autoridade­s passaram a informação que são todos da Juve Leo. O que sucede é que a maioria não estão registados.

Percebe que se criem condi- ções especiais para tais adeptos? RP – Penso que são positivas. Há quem venha para um jogo de futebol se for para camarote, com acesso a catering; há outros que só vêm assim. Temos de conseguir acomodar todas as sensibilid­ades. Por isso defendemos, há cinco ou seis anos, satisfazer esses adeptos que gostam de estar de pé em determinad­os sectores. Por que temos de ter cadeiras? Para eles partirem e atirarem à segurança? Se vão ser criadas essas zonas segregadas para eles, por que não deixálos ficar de pé? Com a constituiç­ão destas zonas, por que não fazemos a experiênci­a e vamos perceber que é uma medida boa? *

“O PRESIDENTE DA JUVE LEO DISSE QUE APENAS 14 ERAM DO GRUPO, MAS O QUE SE PASSA É QUE A MAIORIA NÃO ESTÁ REGISTADA”

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