Record (Portugal)

Menos perdão

- Helena Pires

Somos muitos os que queremos um futebol português em particular – e um desporto no geral – com menos violência, mas, mais do que querer, todos os que têm voz ativa neste processo devem manter o caminho firme.

Asegundaal­teração emquase dez anos à Lei n. º 39/2009, de 30 de julho, que visa combater a violência, racismo, xenofobia e intolerânc­ia nos espetáculo­s desportivo­s, não me convence ao ponto de ser suficiente para erradicar dos ambientes desportivo­s pessoas maléficas. Os adeptos, os verdadeiro­s adeptos, merecem maior respeito, porque são eles que dão todo o colorido à festa. São eles que gritam, apoiam, vestem a camisola e, no limite, choram e até deixam escapar alguns impropério­s… Mas não é disso que falamos. É de violência!

E porque é de Sociedades Desportiva­s que tratamos, não podemos deixar de focar a saúde económica das nossas organizaçõ­es, cada vez mais um motivo de preocupaçã­o. As alterações propostas, fruto de um poder acrescido à força policial que perfaz uma grande fatia nos custos organizati­vos de um espetáculo desportivo, não ajuda à estabilida­de.

O vigor e persistênc­ia das maiores entidades desportiva­s nacionais foi constante nos últimos três anos e pela parte da Liga Portugal continuará a ser! Mas pede-se mais prevenção! Ficou aquém esta nova proposta, não tenho outra forma de o dizer!

Aagregação­dofutebolp­ortuguês em questões sensíveis, e sempre em busca da melhor solução para mitigar os atos violentos associados ao desporto, é uma luta muito nossa e da qual não abdicaremo­s. O envolvimen­to das Sociedades Desportiva­s nesta questão é, a todos os níveis, de louvar. E isso, por si só, merecia ser recompensa­do de outra forma, com leis mais eficazes, que possibilit­assem mais adeptos nas bancadas e de forma mais segura. Não deixaremos que a indústria do futebol seja esquecida. Mas não podemos caminhar desamparad­os!

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