Record (Portugal)

EDINHO “Teria sido útil à Seleção na Rússia”

O avançado não gostou do modo como se processou a saída de Setúbal e, apesar dos 36 anos, garante que chega a Santa Maria da Feira determinad­o a atingir a barreira dos 20 golos em todas as competiçõe­s EDINHO

- TEXTOS PEDRO MALACÓ FOTOS MOVENOTÍCI­AS

O que o levou a aceitar o convite do Feirense?

EDINHO – O projeto aliciante de solidifica­r o clube na Liga. Sempre acompanhei a equipa, não só pelo facto de ter sido adversário, mas porque tinha muitos amigos aqui. Sempre me falaram bem da estrutura. A união e a ambição de afirmação que encontrei foram prepondera­ntes para a minha vinda. Sou muito competitiv­o e, apesar da minha idade, não olho a limites para alcançar os objetivos. Há alguma relação com o Feirense por ter nascido em Aveiro? E – É apenas uma coincidênc­ia. Nasci em Aveiro quando o meu pai jogava no Beira-Mar. Só isso.

Como a maior parte da estrutura transita da época passada, a contrataçã­o do Edinho representa uma mais-valia? E – Acima de tudo sinto que fui muito bem recebido e que as pessoas acreditam no meu valor, ao contrário das dúvidas que senti noutros lados, essencialm­ente por causa da minha idade. Aqui olharam ao meu rendimento e ao que fiz em Setúbal. Temos um treinador muito metódico, que percebe qual é o jogo ajustado à dimensão da realidade que orienta. Critérios bem definidos do que se pretende e isso levou-me a ter a certeza de que esta era a melhor solução.

Estabelece­u uma fasquia quanto a número de golos que espera marcar? E - Obviamente, a caracterís­tica de jogo do Feirense e a maneira de trabalhar de Nuno Manta tiveram peso na minha decisão e acredito que a estratégia será benéfica paras as minhas qualidades. Como um avançado vive de golos, propusme a trabalhar para fazer a minha melhor época de sempre. Na Académica consegui fazer 17 golos em todas as provas e aqui vou trabalhar para bater esse recorde, porque quero sempre fazer melhor.

Se o Edinho bater esse recorde de golos, implica que o Feirense vai respirar tranquilid­ade? E – Seria fantástico. Estamos todos a trabalhar bem e esperamos atingir a permanênci­a sem sobressalt­os. Na época passada o Feirense venceu os dois jogos frente ao Vitória de Setúbal e gostei da qualidade que vi, pelo que acredito no sucesso deste misto de experiênci­a e juventude. O segredo de uma época tranquila está num bom arranque?

E – Ajuda muito, mas continua a haver demasiadas variantes em jogo. Para mim, tem de haver confiança para ganhar sempre, independen­temente do adversário e do respeito que todos nos merecem, mas o melhor é um trajeto de regularida­de. Não só pela união do grupo, mas porque o equilíbrio é o nosso principal objetivo. Como avalia o potencial da equipa nesta fase? E - Ainda é prematuro estabelece­r um patamar, mas a qualidade nota-se e acho que tanto os novos como aqueles que têm vários anos de Liga têm muito para dizer. O alicerce será sempre a estrutura da época passada, e digo isto pelo modo como se desenrolou a minha integração no grupo. Ter uma equipa com identidade e solidifica­da permite que a adaptação dos novos a esta realidade seja muito mais simples.

A estreia frente ao Leixões, a contar para a Allianz Cup, aparece no momento ideal?

E – Nós estamos preparados e ansiosos por começar a competição. Como o jogo é em nossa casa, também queremos muito que re- presente a primeira alegria dos nossos adeptos.

Atendendo àdiferença de escalões, há uma responsabi­lidade acrescida do Feirense?

E – Temos de a assumir, mas o Leixões é um clube com uma grande história e todos sabemos que fácil não será. Queremos estar presentes em todas as competiçõe­s, mas temos de mostrar o nosso respeito e provar a nossa vontade e capaci- dade dentro do campo, pelo que o momento é de muita seriedade.

A série de jogos extra que a Allianz Cup acarreta em caso de apuramento e consequent­e desgaste pode ter influência no desempenho do campeonato?

E – O apuramento representa muito mais os benefícios do que contraried­ades e é sempre bom estar presente em todas as provas. Dá prestígio, motivação, permite a rotativida­de entre todos os jogadores e implica menos paragens. É inegável que ter mais jogos implica mais desgaste, mas a este nível é fundamenta­l manter o ritmo competitiv­o elevado e é por isso que tentaremos ir o mais longe possível em todas as frentes. *

“AO CONTRÁRIO DAS DÚVIDAS QUE SENTI POR CAUSA DA MINHA IDADE, O FEIRENSE OLHOU PARA O MEU RENDIMENTO” “O MOMENTO É DE MUITA SERIEDADE, MAS ESTAMOS PREPARADOS E ANSIOSOS POR COMEÇAR A COMPETIR”

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