“Lito Vidigal não me queria”

Pelo póquer apontado ao Aves e como se processou a saída de Setúbal, pode-se dizer que conheceu o melhor e o pior momento da carreira na época passada? E - Pode-se dizer que foi marcante. Foi fantástico fazer quatro golos num jogo, coisa que nunca tinha feito; e depois a importância desse triunfo nas contas da permanência do Vitória de Setúbal. Isto é o lado bom, mas depois veio o resto.

Como é que a renovação gorada levou o Edinho a queixar-se de falta de respeito?

E – É uma página virada e não quero alongar-me, porque tenho e terei sempre uma ligação muito forte com o Vitória de Setúbal, mas, por tudo aquilo fiz e ajudei a conquistar naquela casa, senti que houve receio de dizerem que não contavam comigo. O Sandro e o presidente falaram-me em continuar. Até me disseram que podia ir de férias, porque bastava a minha palavra para renovar. Dei a minha palavra e depois apercebi-me da realidade quando o treinador Lito Vidigal disse que os jogadores que ainda não renovaram é porque não queriam renovar. Foi quando decidi abordar as pessoas e percebi a mensagem pela descida drástica do salário que me propuseram.

O Edinho não fazia parte das opções de Lito Vidigal?

E – Tenho a certeza que foi isso o que aconteceu, embora eles não o assumam. Até aqui tudo bem, porque o futebol é assim mesmo. Bastava que me tivessem dito. Isso é que me incomodou. Eles sabem que sou ambicioso e que não me faltava mercado. Não saí em dezembro porque gosto muito do Vitória de Setúbal. Se fosse um ingrato, tinha rescindido sem problemas e eles não ganhavam dinheiro nenhum comigo, mas não. Pensei em ajudar o Vitória a garantir a permanência e depois dar seguimento ao meu trajeto. Uma vez que disseram que contavam comigo, não me preocupei com mais nada, até que tive de tratar da vida.

“DISSERAM QUE QUERIAM RENOVAR, MAS PERCEBI A MENSAGEM PELA DESCIDA DRÁSTICA DO SALÁRIO”

Pensava acabar a carreira em Setúbal?

E – Nunca pensei nisso, até porque me sinto capaz de jogar mais quatro anos ao mais alto nível. Sei que pode parecer estranho porque tenho 36 anos, mas o meu pai jogou até aos 39 e eu também tenho o desejo de continuar a jogar até aos 40 anos. *