Record (Portugal)

“Bruno de Carvalho fez muito por mim”

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Diz algo sobre os seus princípios o facto de ter sido capaz de fazer frente a Bruno de Carvalho quando este tentou interferir no seu trabalho no Sporting B?

AF – Se quiserem encontrar-me defeitos, garanto que tenho muitos. E eu não me esqueço de quem me pôs a treinar a equipa B. Foi o Bruno de Carvalho. Houve muita coisa positiva que Bruno de Carvalho fez por mim. E depois cada um olha para as coisas da maneira que quer. Tenho a certeza de que se forem perguntar um por um, aos meus jogadores, acredito que haja um ou dois que tenha algo a dizer de mim. Acredito eu. Mas também acredito que se esses jogadores quiserem olhar para o lado positivo, talvez vejam algo de positivo em mim. E o mais fácil, nos momentos de turbulênci­a, é deitarmos mais gasolina para a fogueira. É o mais fácil. O mais difícil é fazer o contrário. É ir pelo caminho mais difícil. Eu em momento algum, desde que fui despedido, deixei de me focar no que está para a frente. O que está para trás foi aprendizag­em. Tudo o que eu aprendi no Sporting, passei lá, foi aprendizag­em. Tudo nos ensina se tivermos mentalidad­e aberta para o aceitar.

Foi umdos tais erros do ex-líder leonino que os seus críticos entendem ensombrar os aspetos positivos dos seus mandatos?

AF – Só recordo coisas positivas do Sporting em tudo. Já disse publicamen­te o que significa o Sporting para mim. Foi um clube onde eu comecei. Que me deu uma oportunida­de depois de uma lesão grave que eu tive. Vocês sabem que um dos valores que cultivo, além do respeito, é a gratidão. É a gratidão. Já falei disso em relação a António Salvador, que apostou em mim quando não estava a jogar e quando estava a treinar uma equipa B. Há coisas que valem muito mais do que dinheiro. Dou a minha palavra de honra ao presidente e aos sócios que, independen­temente de renovar ou não, eu fico no clube. E o presidente quis-me presentear com uma renovação de contrato. O que eu digo, e tenho de ser coe- rente com aquilo que digo e que faço, naquele clube aprendi muito com grandes pessoas, com grandes homens, uma academia de formação de treinadore­s e jogadores absolutame­nte fantástica. O senhor Aurélio Pereira, o Jean Paul… e outros elementos com quem aprendi. Foi ali que dei os primeiros passos como treinador principal.

Sentia que tinha algo mais adar ao Sporting quando viu as suas funções serem cessadas?

AF – Senti que a vida é mesmo assim. Que temos de estar prepara- dos para o próximo desafio. Que há coisas que nos acontecem na vida em que parece que as portas se fecham e de repente abre-se uma janela. Quando olho para trás, e me vejo no lugar onde estou hoje, não tenho coragem a não ser para agradecer tudo o que me aconteceu até agora. Sinto-me um felizardo. Sinto-me alguém com sorte, mas que procura todos os dias aprender. *

“NÃO ME ESQUEÇO DE QUEM ME PÔS A TREINAR A EQUIPA B DO SPORTING. O MAIS FÁCIL É DEITAR GASOLINA NA FOGUEIRA”

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