Record (Portugal)

TRAÍDO PELOS FERROS

PRIMEIRA DERROTA NO ÚLTIMO ENSAIO DA PRÉ-TEMPORADA

- RUI DIAS

Foi preciso sofrer dois golos, ver outras tantas defesas decisivas de Vlachodimo­s e atirar ao poste esquerdo do Lyon por três vezes (duas por Pizzi e uma por André Almeida) para que o Benfica se empertigas­se e reagisse ao plano perfeito do adversário. Só depois de ter sido posto em causa na sua condição de equipa em cresciment­o, a celebrar a Eusébio Cup, durante os primeiros 20 minutos da segunda parte, a equipa de Rui Vitória evoluiu para exibição de ouro: nesse período, os encarnados atiraram-se ao jogo como se não houvesse amanhã; diversific­aram o assalto à baliza contrária; criaram caudal ofensivo imparável, com os seus melhores jogadores em plano de grande evidência, Pizzi e Salvio acima dos demais. Depositada­s todas as energias no restabelec­imento da igualdade, a surpresa veio depois, porque até final a águia nunca mais repetiu o nível exibiciona­l, dando por terminada a tarefa com o 2-2. O Lyon recuperou do vendaval que o afetou e acabou por vencer um jogo no qual, à exceção daqueles minutos avassalado­res do antagonist­a, foi uma equipa menos brilhante mas muito mais consistent­e no futebol que desenvolve­u.

Na primeira parte, apresentan­do o onze que, em princípio, deverá defrontar o Fenerbahçe, o Benfica foi tendo a bola, jogou com alguma acutilânci­a nas zonas neutras do terreno mas não foi capaz

DEPOIS DO INTERVALO, ÁGUIAS CRIARAM UM VENDAVAL DE FUTEBOL OFENSIVO. NÃO O CONCLUÍRAM E DERAM-SE MAL

de revelar contundênc­ia nas imediações da baliza. Os encarnados construíra­m um futebol criterioso com bola mas, a partir de determinad­a altura, revelaram debilidade­s na transição defensiva; tinham iniciativa, procuravam o golo mas, quando esses movimentos acabavam e o adversário se desdobrava em ações de ataque, muitas vezes o extremo reduto ficou exposto em demasia – entre os 36 e os 37 minutos, o guarda-redes benfiquist­a foi obrigado a duas defesas notáveis, com remates à queima, isso antes dos 2 primeiros golos. Dir-se-á que a desvantage­m ao intervalo soava a injustiça, não tanto pelo que o Benfica produziu mas pelo que o Lyon também não foi capaz de fazer durante quase todo esse período, benefician­do, nos últimos 5 minutos, de um lance de bola parada (pontapé de canto na esquerda do ataque) e de outro em que Traoré apareceu isolado, na direita, para concluir na perfeição com o pé esquerdo, num lance claro de transição ofensiva. Depois do intervalo tudo mudou. Foi então possível ver um duelo diferente, com o Benfica a esgotar todas as armas ofensivas, que lhe permitiram chegar ao 2-2 em pouco menos de 20 minutos, ante um Lyon perdido, sem reação, entregue aos efeitos do vendaval encarnado. Esse período mágico esgotouse num ápice. E os franceses ainda fizeram o 3º golo. *

 ??  ??
 ??  ?? LUTA. Jardel ganha nas alturas mas faltou eficácia aos encarnados
LUTA. Jardel ganha nas alturas mas faltou eficácia aos encarnados

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal