Record (Portugal)

“INVASORES NÃO PASSAVAM POR MIM GARANTIDAM­ENTE”

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A Academia do Sporting foi atacada a 15 de maio. Se estivesse lá, tinha impedido esse ato? Acha normal uma claque entrar daquela forma nas instalaçõe­s do clube? BdC – Primeiro ponto – e não tenho medo de dizer isto -se eu estivesse lá, pela porta que entraram era a porta pela qual saíam. Não precisava de seguranças, nada. Não passavam por mim garantidam­ente, quer tivessem 2 ou 5 metros de largura. Segundo ponto, em cinco anos e meio nunca houve um problema. Só uma vez é que as claques foram à Academia, em 2016. Eu proibi-os, ficaram à porta. Depois, o Jesus passou de carro e convidou-os a entrar. Ele pediume desculpas e eu disse-lhe que não era ele que decidia, era eu. Mas há uma boa pergunta. No Aeroporto da Madeira [após o jogo com o Marítimo], vê-se um membro da claque dizer aos jogadores que dia 15 ia à Academia. Como é que ele furou o cordão? Quem o autorizou? E se no dia anterior ao ataque tive uma reunião com toda a equipa como é que ninguém me contou que estava prevista essa ida da claque à Academia? Não é estranho?

Quer aprofundar?

BdC - Vou-lhe explicar como funciona a Academia. [BdC pega numa folha e começa a desenhar] Isto é o portão, tem uma cancela e depois um estacionam­ento. Aqui são os campos. [Os invasores] vieram por aqui, naquele formato militar – acho curioso termos um militar a candidato. Foram até aos campos, encontrara­m-se com o Jorge Jesus e disseram-lhe ‘não é nada consigo’. Onde são os balneários?!’ Deram depois pontapés em duas portas de metal e numa outra, que é de vidro, forçaram a abertura com as mãos. Nesse ponto, por indicação minha desde que cheguei ao Sporting, era preciso utilizar um cartão para entrar. Dizem-me que alguém deu ordem, sem perguntar à administra­ção, para que retirassem isso do cartão. Era só chegar e o sensor abria as portas. Estranho como se altera assim uma medida de segurança…

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