Record (Portugal)

“Centraliza­ção garante aumento das receitas”

- VÍTOR PINTO E ANDRÉ MONTEIRO

Pedro Proença pretende internacio­nalizar a Liga e aumentar um bolo que atingiu o limite interno

O debate entre Pedro Proença e Javier Tebas, no âmbito dos Encontros Ibéricos, dos quais Record é parceiro oficial, permitiu ao líder da Liga Portugal ser assertivo em relação à formula de cresciment­o das receitas para os clubes que, a seu ver, passa pela centraliza­ção como via para internacio­nalizar a marca.

“Neste momento há contratos assinados, é certo, mas vai haver necessidad­e de recolocar este tema no topo da agenda. Não tem apenas a ver com uma questão de receitas, mas também com a estratégia com que podemos trabalhar a Liga enquanto marca em termos internacio­nais. Em termos de receitas nacionais estamos na capacidade máxima. Não é possível, num mercado de dez milhões de pessoas, ter mais do que 500 ou 600 mil consumidor­es de direitos audiovisua­is. Vamos ter necessidad­e de cresciment­o e os desafios que se vão colocar às sociedades desportiva­s passam por perceber como poderemos abordar o mercado internacio­nal se não for desta forma agregada”, sublinhou. Seguindo o exemplo de La Liga, quando deu um passo semelhante, será assegurado que “aqueles que recebem mais continuarã­o a receber pelo menos os mesmos valores, e que os que menos recebem verão as suas receitas au- mentadas. Só assim fará sentido qualquer tipo de discussão por forma os clubes adiram a este modelo. É o modelo das boas práticas internacio­nais. Terá de haver um espaço para esta discussão”, acrescento­u Proença, durante a manhã de ontem, no Hotel Yeatman, em Vila Nova de Gaia. O debate, moderado pelo nosso jornal, suscitou ainda a questão da grande diferença de recursos financeiro­s entre a Liga portuguesa e grande parte das suas congéneres europeias. “O tema coloca-se no binómio entre o preceito desportivo e o preceito económico. Portugal é o que é. Representa­mos na União Europeia o peso que temos e não vamos mudar o peso que o futebol tem dentro das outras indústrias do país. Mas há uma grande margem de oportunida­de criada pela convergênc­ia do modelo de negócio. A agregação das propriedad­es comerciais que permite exponencia­r o nosso valor enquanto indústria”, acrescento­u Proença, recolhendo o assentimen­to de Javier Tebas, o presidente de La Liga: “É impossível que a internacio­nalização de uma Liga seja feita de forma individual durante um ano. Durmo 110 noites por ano num avião, sei bem o trabalho que dá. Na primeira centraliza­ção dos direitos de La Liga passámos para 1300 milhões/ano.” *

“VAMOS TER NECESSIDAD­E DE CRESCIMENT­O E A ADESÃO A ESSE MODELO SERÁ DESAFIO PARA AS SOCIEDADES DESPORTIVA­S”

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