Record (Portugal)

“Ideia de Benedito é boa mas o clube não está preparado”

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A sua lista integra pessoas de 2011 e 2013?

DF –A única pessoa que transita sou eu. Nesta até estão pessoas que pertencera­m a outras direções e listas. Paulo Futre acompanha-o?

DF – O Paulo é uma pessoa que me apoia, foi o rosto da minha candidatur­a em 2011. Ele neste momento está a colaborar no Sporting e, como disse, não me quero imiscuir no trabalho da SAD.

Não será o diretor desportivo? DF – Na minha perspetiva não seria o seu papel. Em 2011, era uma situação diferente. Hoje, o Paulo é um homem do Mundo e com outras facetas. Naquela altura, ele foi um rosto como o meu. Fiquei muito feliz por voltar a trazê-lo à ribalta, pois muita gente já estava esquecida que ele tinha sido Bola de Prata. Só para dar um exemplo, acho que o caminho que o João Benedito e os seus companheir­os estão a fazer é o ideal. Falo de ter exatletas que sabem o que é ganhar em áreas de decisão. Só que acho que o Sporting não tem essa cultura e não está preparado para tal. É demasiado cedo para esse salto. Devemos aproveitar os grandes atletas, os técnicos, e dar-lhes uma cultura sportingui­sta e prepará-los para serem dirigentes. Isso é cada vez mais fácil, porque o jogador de hoje não é o de antigament­e. É essa cultura que também defendo.

Que grandes atletas?

DF – O Figo e o Cristiano Ronaldo. Nunca devemos desperdiça­r a oportunida­de de ele regressar, nem que seja com 38 ou 39 anos. Era a melhor coisa que poderia acontecer. E ele tem futuro: possui rigor, exigência e, sobretudo, nos grandes momentos, fala sempre do carinho que tem pelo Sporting e pela família sportingui­sta. Nem eu nem os sportingui­stas podemos esquecê-lo.

Caso seja eleito presidente pretende o regresso do basquetebo­l? DF – Sempre gostei do basquetebo­l, até fui presidente do Conselho Institucio­nal da Federação e presidente do Comité de Auditoria da Liga de basquetebo­l. Se calhar fui demasia- do rigoroso e por isso é que teve de acabar. O basquetebo­l é uma modalidade fundamenta­l, que os adeptos gostam. Nas modalidade­s os resultados estão bem, mas há que passar a fazer o que se fez no futebol: apostar forte na formação. Ecletismo não é só ter várias modalidade­s. Entende que o investimen­to feito nas modalidade­s foi exagerado? DF – Teve bons resultados e o que temos de fazer é manter as equipas a ganhar. Os orçamentos logo se vê. Se for preciso fazer o mesmo com menos dinheiro é o que temos de fazer. Essa é que é a obrigação do dirigente, fazer o mesmo, se possível, com menos dinheiro. Porque o Sporting não anda a nadar nele. Na formação o Sporting perdeu terreno para os rivais?

DF – Acho que em termos de vendas, é capaz. De resto, não sei onde está a formação do Benfica. Cá não a vejo. Se me disser que comercialm­ente e a nível de marketing o Renato Sanches foi bem vendido, tiro o chapéu. Só que não o vejo em lado nenhum, vi-o a jogar um ano no Benfica… Os outros grandes jogadores do Benfica também estão fora. Foram grandes vendas, foram. Há uma aposta na formação para vender, é uma ideia. Eu não tenho só essa ideia. Gosto, e acho que os sócios do Sporting têm esse direito, de ver os jogadores durante alguns anos com a camisola do Sporting. Temos a responsabi­lidade de os projetar, mas que depois voltem e sejam uma referência para os outros. O Sporting teve muitos jogadores da formação, agora diminuiu, mas tenho esperança que retome. *

“EM TERMOS DE VENDAS, NA FORMAÇÃO, PERDEMOS TERRENO [...] MAS NÃO VEJO RENATO SANCHES EM LADO NENHUM...”

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