Record (Portugal)

MAREGA EXIGE SAIR E NÃO JOGA SUPERTAÇA

A brecha na coesão do balneário portista pode ser sanada à nascença com o erguer do troféu

- ANTEVISÃO DE VÍTOR PINTO

WEST HAM OFERECE 30 MILHÕES PELO MALIANO

SÉRGIO CONCEIÇÃO “Cheguei à conclusão de que não o devia convocar. Não há nada de estranho”

Tudo o que seja desviar o foco do objetivo desportivo desagrada profundame­nte a Sérgio Conceição. O técnico portista é avesso a distrações, sobretudo quando estas brotam de dentro do grupo. Todavia, como por tantas vezes aconteceu no historial azul e branco, é nos ameaços de crise que a equipa, mais do que nunca, deve sobrepor-se às individual­idades. A brecha na coesão do balneário portista pode ser sanada à nascença, com o erguer da Supertaça. Mais importante do que as palavras do técnico, obviamente parte implicada no processo Marega, foi a posição assumida por Herrera. “A minha cabeça está aqui [...]. Nada nos pode distrair”, pareceram mensagens enviadas para dentro de portas. A partir do momento em que Conceição retirou uma lenda como Casillas da equipa, levando a sua avante até ao momento em que decidiu descartar José Sá, dificilmen­te irá considerar como fim do Mundo uma birra do maliano.

É certo que foi o próprio treinador a agitar as primeiras semanas de trabalho do FC Porto, mas isso aconteceu a uma distância segura da decisão da primeira prova oficial. Nesta fase, o mercado parecia mesmo a maior ameaça à estabilida­de azul e branca e esse risco confirmou-se da pior forma. Sem Marega, nas três principais competiçõe­s da época passada, o FC Porto não venceu cinco dos nove jogos que disputou. Todavia, quem produz quase três dezenas de remates contra o Newcastle dá sinais de ter uma máquina oleada a construir, que apenas precisa de ser afinada a concretiza­r. E essa tarefa, acima de tudo, ficará a cargo de Aboubakar e Soares. Quanto ao outro lado da barricada, há um aspeto importante a ter em conta. No campeonato de pré- época de Record, uma iniciativa que serve cada vez mais de referência para os adeptos, e até para os próprios clubes, o Aves ficou em último lugar, sem qualquer triunfo averbado. Todavia, no único duelo em que esteve um objetivo em questão, superou as dificuldad­es colocadas pelo Santa Clara e, já nos penáltis, garantiu a presença na fase de grupos da Allianz Cup.

Na Supertaça, o Aves recupera o espírito indómito que lhe permitiu encarar o leão sem qualquer receio no Jamor. É evidente que o Sporting estava em sub-rendimento, por tudo o que rodeou os acontecime­ntos de Alcochete, mas isso não pode retirar o mérito a quem cumpriu cabalmente a sua função. José Mota preservou a espinha dorsal da sua equipa, o que significa que o espírito da Taça de Portugal pode ser recriado em Aveiro. Afinal, o FC Porto é só mais um Golias no caminho de quem fará sempre história, seja qual for o desfecho do prélio. Mota ou Conceição, um deles irá estrear-se a erguer a Supertaça.

Os avenses nada têm a perder, é certo, mas o FC Porto torna-se ainda mais perigoso quando está na sua prova predileta, onde possui mais títulos (20) do que todos os outros vencedores somados (19). Quanto ao árbitro, deverá ser Luís Godinho, de Évora. *

JOSÉ MOTA TEM PELA FRENTE MAIS UM GOLIAS PARA ABATER. O DRAGÃO TORNA-SE PERIGOSO NA SUA PROVA PREDILETA

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