Record (Portugal)

Rico em estratégia

- Dálcio Otávio

ideia que norteia a equipa do Belenenses, com Fredy, em posse, a jogar no espaço central para libertar o corredor lateral para a projeção de Zakaria, mas, também, para gerar superiorid­ade com um losango no corredor central, foi, nos primeiros minutos do jogo, uma constante [ 1]. Essa ideia é boa e o FC Porto sentiu dificuldad­es iniciais. No entanto, progressiv­amente, a inteligênc­ia tática dos jogadores do FC Porto foi equilibran­do a partida e, simul- taneamente, colocando dois problemas à fase de construção do Belenenses: ficou condiciona­da, obrigando a equipa a jogar por dentro (correndo muitos riscos); a projeção de Zakaria liberta espaço nas suas costas que, estrategic­amente, André Pereira ocupa com inteligênc­ia [ 2]. Aos 26’ (0-1), os esquemas táticos fazem diferença no jogo. Neste caso, foi o desblo-

OS ESQUEMAS TÁTICOS FORAM O DESBLOQUEA­DOR QUE O FC PORTO ENCONTROU PARA CHEGAR À VANTAGEM

queador que o FC Porto encontrou para chegar à vantagem, com o miúdo Diogo Leite, que se notabiliza pela qualidade com bola, na construção, a começar a ganhar protagonis­mo na zona de decisão. Felipe atacou a bola, arrastou o seu marcador e, consequent­emente, aclarou o espaço para uma entrada fulgurante de Diogo Leite. O início da segunda parte começou com o golo do FC Porto e essa intenção de provocar o erro do adversário já vinha da primeira parte. O Belenenses não foi prudente e o FC Porto voltou a ser consistent­e [ 3]. Aos 53’, o VAR auxiliou e o penálti de Fredy devolveu o Belenenses ao jogo, que ficou mais aberto a partir do minuto 55. A transição ofensiva foi dominante para ambas as equipas. Este tipo de jogo não privilegia o controlo do mesmo, que o FC Porto, naturalmen­te, pretende, e foi nessa mesma perspetiva que Coro- na e, sobretudo, Óliver, foram lançados. O minuto 82 trouxe o empate do Belenenses. Fredy foi bem servido na profundida­de, trabalhou na área sobre Felipe e descobriu no segundo poste, escondido, Keita. O encontro terminou com o VAR a ser novamente protagonis­ta. A interpreta­ção do árbitro decidiu-se pelo penálti e o FC Porto acabou mesmo por vencer um jogo rico do ponto de vista tático-estratégic­o. *

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal