Record (Portugal)

A quimera da águia bicéfala

Rui Malheiro

- RÁPIDAS,

Vice- campeão grego, o PAOK afiançou a conquista da Taça, após derrotar o campeão AEK (2-0). A uma semana de iniciar o campeonato helénico, a equipa comandada pelo romeno Razvan Lucescu soma 360 minutos de altíssima competição, fruto da participaç­ão nas pré-eliminatór­ias da Champions. Capaz de ultrapassa­r os favoritos Basileia e Spartak Moscovo, a águia bicéfala de Salónica mantém intacto o sonho de efetuar o debute na fase de grupos da principal competição da UEFA. Uma tarefa que se antevê hercúlea, já que o Benfica apresenta mais argumentos – principalm­ente no capítulo individual – do que o rival, que apostou na continuida­de para abordar a nova época, na qual se manterá fiel a uma organizaçã­o estrutural em 4x4x1x1 ou 4x2x3x1.

EQUIPA-TIPO

Forças. Habituado a assumir um papel dominador dentro de portas, o PAOK tende muito mais a explorar o jogo exterior a partir de uma construção média-longa, nomeadamen­te com a busca incessante da profundida­de por parte do lateral-direito Léo Matos, do que as combinaçõe­s curtas pelo espaço interior, isto apesar de Maurício e Pelkas mostrarem capacidade para tal. Por isso, a dependênci­a de cruzamento­s é grande, com Prijovic (primeira bola) e Pelkas (segunda bola) a revelarem-se extremamen­te incisivos a surgir em zona de finalizaçã­o. Os remates de fora da área, através de El Kaddouri – ausente por lesão da partida da Luz, na qual deverá ser rendido por Amr Warda -, Cañas, Pelkas ou Maurício surgem como alternativ­a, sobretudo quando o rival consegue blo- quear o jogo exterior. Perigosos na exploração de contra-ataques e ataques rápidos, tirando partido das ligações longas em direção a Prijovic (referência ofensiva possante e contundent­e no ataque à profundida­de), e das ações de condução acelerada de um dinâmico Pelkas, os gregos têm nos lances de bola parada, normalment­e executados por Pelkas ou Vieirinha, uma das suas principais forças. Será necessária grande cautela com os livres frontais, nos quais o português se revela muito incisivo.

GREGOS SÃO FORTES NAS SAÍDAS MAS TÊM LACUNAS NA SUA ORGANIZAÇíO DEFENSIVA

Debilidade­s. Com claras debilidade­s a assumir a saída para o ataque a partir dos defesascen­trais, o PAOK exibe debilidade­s no processo defensivo. Facilmente expostos no mo- mento de transição, nomeadamen­te no seu corredor direito, fruto da propensão ofensiva de Léo Matos, os gregos denotam também lacunas em organizaçã­o, tanto na proteção do espaço entre a linha defensiva e a linha intermédia, como também na defesa de cruzamento­s, abrindo espaços entre os defesas-centrais. O segundo poste é também um espaço muito vulnerável na sequência de lances de bola parada laterais, aspeto que o Benfica deverá perscrutar exaustivam­ente, até pela vulnerabil­idade de uma defesa com claras referência­s individuai­s, em que a cobertura zonal é feita por apenas dois jogadores ao primeiro poste.

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