“Queremos um título europeu nas modalidades”
possível manter as modalidades campeãs, mas com o rigor financeiro necessário?
PMR – Bruno de Carvalho no último ano teve equipas fantásticas e até devíamos ter ganho mais. Fiquei com pena de não ganharmos a nível europeu, pois estivemos muito perto no futsal e no hóquei em patins. No andebol temos uma equipa fantástica, que deu luta ao Montpellier, equipa que foi campeã europeia. A nossa ambição é renovada, pois desejamos continuar a dominar e ainda queremos vencer um título europeu nas modalidades. A nível de investidores, estamos a negociar uma SAD para o basquetebol com um investidor que acredita que pode ganhar dinheiro com o Sporting. Pode ser uma ‘franchise’ da NBA, se esta chegar à Europa. Guardo este amor pela memória do professor Moniz Pereira, e posso garantir que vamos ter uma aposta sustentável, construindo uma academia para as modalidades. Vamos fazer a casa das modalidades e ainda ter um gabinete de apoio aos atletas. Queremos apostar na ginástica e natação e fazer parcerias para o que Sporting possa ter mais atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Já somos muito bons nas modalidades, mas queremos ser os melhores .
Qual é o projeto olímpico que idealizou para o Sporting?
PMR – A aposta que vamos fazer é em poucos, mas bons. Vamos perceber os que têm condições para lutar por bons resultados nos Jogos Olímpicos, pois não gastaremos dinheiro com todos e mais alguns. É preciso entender quem tem con- dições para realmente poder fazer a diferença.
Vai então apostar nos atletas de elite, como o Nelson Évora ou a Patrícia Mamona, entre outros? PMR –Nesses e nos outros que têm condições para poder competir por medalhas olímpicas. O Sporting tem muito talento lá dentro. Os poucos recursos que existem vão ser canalizados para as vitórias olímpicas. E mais uma vez recordo a inspiração deixada pela memória do professor Moniz Pereira.
Os adeptos do Sporting falam muito das modalidades, mas em grande parte dos jogos o Pavilhão João Rocha recebe pouco público. Como é possível reverter esta situação?
PMR – Pretendemos criar um ambiente de entretenimento, como se faz na NBA, e fazer uma experiên- cia divertida. Mas sei que é preciso ter preços competitivos. É um investimento que se vai rentabilizar. Precisamos de boas equipas, e felizmente isso já temos. Nós vamos preparar a formação para substituir alguns jogadores mais experientes, e só assim seremos sustentáveis. Depois são precisos patrocínios e uma Gamebox para as modalidades mais competitiva. Este ano já foi possível comprar a Gamebox Estádio e Pavilhão, foi uma boa medida que já tínhamos pen- sado. Contudo é preciso continuar a criar e fomentar a cultura de ecletismo. O ano passado as pessoas estavam chateadas com a derrota no Estoril, e esqueceram-se que de manhã tinham sido campeões nos Europeus de corta-mato. Temos de ajudar a criar essa cultura desportiva, pois faz parte do nosso estatuto de utilidade pública. Infelizmente, ainda há muita clubite em Portugal.
Vê nas outras listas a mesma preocupação com a preservação das modalidades?
PMR – O Frederico Varandas abandonou o clube numa altura crucial do futsal. Que sinal é que deu um médico que deixou o clube numa fase decisiva? Não quer saber das modalidades! Foi um sinal, e ainda pior foi a reação dos adeptos, pois ninguém criticou. Imaginem que isto se passava no futebol antes de um jogo decisivo? Caíamlhe todos em cima! Queremos ser campeões no futebol, é a nossa prioridade, mas também o queremos ser nas modalidades.
O ciclismo voltou a não vencer. É uma aposta para manter?
PMR – Sim. Eu estive com a equipa do ciclismo na primeira etapa, em Albufeira, e falei com o Joni Brandão. Ele precisa de mais ajuda e falta fazer mais por esta modalidade. É um projeto vencedor, mas já nos fartámos de ver os mesmos a ganhar. É a forma de chegar a todo o país. Se houver possibilidade, gostaríamos de ir às grandes provas, mas as equipas lá fora são muito caras e temos de ter cuidado. Queremos é ganhar a Volta a Portugal nos próximos anos. *
“VARANDAS ABANDONOU O CLUBE NUMA ALTURA CRUCIAL DO FUTSAL. NÃO QUER SABER DAS MODALIDADES!”