Record (Portugal)

A Liga dos atrasos

- VítorPinto Editor

É natural que o adepto comum não tenha noção do fenómeno, mas já na época passada tinha alastrado uma praga de multas resultante­s dos repetidos atrasos das equipas tanto no início como no reinício dos jogos. Numa competição profission­al, é indecoroso que os delegados da Liga tenham de andar a bater à porta dos balneários para que os horários sejam cumpridos. Só na jornada inaugural da 1.ª Liga verificara­m-se nove multas por estas infrações, com o V. Setúbal e o Belenenses a conseguire­m o feito de se terem atrasado tanto para o pontapé de saída como para o reatamento. Na 2.ª jornada, o volume de sanções dificilmen­te irá baixar no próximo comunicado do Conselho de Disciplina. Dado o grau de reincidênc­ia sem correção, depreende-se que há quem se esteja literalmen­te a marimbar para a pontualida­de. Depois, os atrasos somam-se às contingênc­ias das partidas e o Belenenses-FC Porto termina com o Santa Clara-Sp. Braga já a chegar aos 20’ de jogo, desvaloriz­ando a própria competição e o seu produto televisivo. Para a semana, já agora, há um FC Porto-V. Guimarães a começar duas horas depois do Benfica-Sporting...

Quando algum dia a Liga se lembrar de impor horários que levam o rigor ao segundo, como sucede nas provas da UEFA, vai haver quem procure formas de privilegia­r apenas o seu interesse. É o que está a acontecer com a ‘superflash’, uma iniciativa que decorre no relvado, no final dos encontros, sendo atribuído um prémio ao melhor jogador. No mínimo, é uma iniciativa benigna. Porém, o FC Porto, como noticiámos, mas também o Benfica, V. Guimarães e Nacional, querem travar essa ação facultativ­a, aprovada pelos clubes, e dão-se ao trabalho de recorrer à justiça. Paz, no futebol português, só a ‘podre’ das tribunas presidenci­ais.

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