Record (Portugal)

O BES e as cantinas

- APRESENTAD­AS É A

Gostei mais do que não gostei do debate conjunto entre os candidatos à presidênci­a do Sporting e gostei francament­e do primeiro confronto a dois.

Constato, com satisfação, a existência de análises bem trabalhada­s sobre temas tão interessan­tes quanto a organizaçã­o do futebol, a excelência, a formação, o ecletismo, a liderança, a marca, a internacio­nalização, a estrutura financeira, a militância e por aí fora.

Sigo as eleições do Sporting há alguns anos e arrisco dizer que a valia e qualidade das propostas apresentad­as, pese as inevitávei­s sobreposiç­ões, são, de longe, as melhores de sempre.

Estas eleições têm, consequent­emente, tudo para correr bem; e se o número de candidatos pode parecer excessivo – como efetivamen­te é o caso – o reverso é que permite ao sócio a escolha entre uma multiplici­dade de projetos muito criterioso­s e desafiante­s.

O ‘downside’ foi a tentação, muito portuguesa, de entrar na questão pessoal. Nesta matéria, a minha posição é simples: estamos nas eleições do Sporting e conta aquilo que cada candidato e a sua equipa propõem aos sócios e, acessoriam­ente, aquilo que cada um fez até hoje pelo Sporting. O que cada candidato foi ou é fora do Sporting, salvo casos extremos, não releva. Não podemos andar a dizer que o Sporting é diferente e, ao mesmo tempo, usar os métodos daqueles de que nos queremos distanciar. Até por uma razão adicional: saímos de uma época em que os ataques pessoais, alguns deles verdadeira­mente baixos, eram a pedra de toque de quem mandava no clube. É salutar que se passe aos sócios a mensagem, na teoria e na prática, de que esses tempos acabaram. Tenho a certeza de que, durante o que resta da campanha eleitoral, o

VALIA E QUALIDADE DAS PROPOSTAS MELHOR DE SEMPRE

sportingui­smo, entendido como a vivência dos verdadeiro­s valores do clube de tolerância, respeito e fair play, vai prevalecer.

Acho ainda que é de pedir um esforço adicional aos candidatos. Com toda a probabilid­ade, face à dispersão de votos, quem ganhar terá maioria relativa, mas não absoluta. Ou seja, numa outra perspetiva, são mais os sócios que votaram noutros candidatos do que naquele que ganhou. É fundamenta­l enterrar o machado de guerra no dia das eleições e apoiar o vencedor, qualquer que seja a sua votação.

Mais umarazão para evitar rancores e feridas desnecessá­rios. Porque muitos candidatos, mas um só Presidente.

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