“NÃO SÃO PRECISOS FINANCIAMENTOS DAS ARÁBIAS”
O gestor, de 47 anos, será o responsável pela área financeira, caso Dias Ferreira vença as eleições. Entende que a reestruturação resolverá os problemas e, por isso, critica as opções defendidas por Madeira e Ricciardi
Asitua ão atual do Sporting é preocupante ou o problema não é tão grave como se quer fazer crer?
RICARDO OLIVEIRA – A situação atual do Sporting obviamente não é a que os sportinguistas desejariam, mas é uma situação melhor do que era há uns anos e de possível resolução a breve trecho. Aliás, já está em curso um plano que visa solucionar o problema. Que medidas propõe para resolver essa mesma situação?
RO – Primeiro é necessário finalizar esta reestruturação financeira que vai resolver a questão da dívida aos bancos e das VMOC. Se chegar a bom termo, como se calcula que chegará, essa parte ficará resolvida. Depois, paralelamente, há um financiamento que faz parte deste plano de reestruturação, de cerca de 200 milhões de euros, que resolverá a dívida – não totalmente –, com um juro atrativo que possibilitará ao clube cumprir com todas as outras obrigações financeiras e ter mais um pouco de oxigénio para fazer a sua gestão corrente. Estamos por dentro da situação, temos conhecimento dela e sabemos que quando entrarmos poderemos dar continuidade a esta reestruturação e o clube não necessitará, para já, de outras ajudas.
Só a reestruturação financeira chegará para inverter a conjuntura atual? RO – As VMOC estão negociadas no valor de cerca de 130 milhões de euros e o Sporting já as compra a 30 cêntimos por euro. Por si só esses 130 milhões de euros passam a cerca de 40. E isso é um grande avanço neste problema financeiro. Depois temos a restante dívida, os 230 milhões de euros. Mas neste momento já existe uma instituição financeira estrangeira, como é do conhecimento dos outros candidatos, nomeadamente do que mais fala de finanças, que vai permitir reduzir esse montante e ficar a pagar a uma entidade única. Assim o Sporting deixa de dever dinheiro à banca portuguesa. Por isso, não precisamos de financiamentos das arábias nem soluções mágicas que só uma pessoa consegue resolver. Quando isto acabar, e comprando as VMOC, o Sporting fica com uma posição acionista na SAD perto dos 90%.
Os 122 M€ de que José Maria Ricciardi falou deixam de fazer sentido?
RO – Com esta reestruturação deixa de ser preciso esse valor ou outro qualquer.
Mas haverá liquidez para investir?
RO – O nosso plano passa não só pela reestruturação financeira como também por uma solução que amanhã nos permita reinvestir de novo na pérola do Sporting, a formação, e que infelizmente nos últimos anos ficou descuidada. Neste período a SAD negociou 188 jogadores. O clube ganha dinheiro se o jogador rentabilizar, mas alguém ficou com comissões de 188 jogadores. Isso tem de acabar. Por isso é que queremos utilizar Alcochete só para o futebol profissional. A formação ficará instalada numa zona limítrofe de Lisboa. Queremos uma academia só de formação, uma também para as modalidades e ainda uma escola que possa permitir aos jovens conciliar os estudos com o desporto. Queremos equipas mais portuguesas ou com mais jogadores da formação.
O passivo cifra-se nos 230 milhões de euros. Há intenção de fazer uma amortização?
RO – Vamos tentar fazê-lo. Mas se a opção for amortizar o passivo ou investir, o Sporting vai claramente investir. *
“COMPRANDO AS VMOC, O SPORTING RESOLVE A SITUAÇÃO ATUAL E FICA COM UMA POSIÇÃO NA SAD PERTO DOS 90%”