NOURI JÁ DESPERTOU E TRAZ ESPERANÇA
Médio do Ajax esteve mais de um ano em coma mas estado neurológico deixa antever melhorias
Sinto falta do sorriso dele.” Passou mais de um ano depois daquele triste dia de 8 de julho de 2017 em que, num particular entre Ajax e Werder Bremen, Abdelhak Nouri teve uma paragem cardíaca em campo, que lhe haveria de provocar posteriores danos cerebrais. Mas Mohammed Abdelhak, pai do médio do Ajax, nunca desistiu do filho e agora teve a recompensa: Abdelhak despertou, nos primeiros dias deste mês, do coma em que esteve um ano e o seu estado neurológico trouxe esperança a toda a família. Ao jornal holandês ‘NOS’, o irmão Abderrahim traçou um cenário de... motivação. “Comparando com [o que estava] antes, ele está muito melhor neste momento e o estado neurológico dele é melhor do que há uns me- ses. Às vezes ele sai da cama para ficar na cadeira de rodas”, explica, acrescentando: “No início, quando ele estava em coma, com os olhos fechados, não dava, mas desde dezembro, janeiro, a consciência dele melhorou e tem havido uma forma de comunicação. Pedimos-lhe que abra a boca ou mexa a sobrancelha e ele faz isso, por isso há uma espécie de comunicação.”
Ainda assim, a família tem de preparar-se para um período de oscilação. “Fisicamente [ainda] é difícil e tem havido um declínio porque ele está acamado e não consegue mexer sozinho o corpo, só a cabeça. No início começou por correr bem, depois tornou-se mais difícil, com muitos altos e baixos. Além disso, o sistema imunitário dele está enfraquecido e oscila bastante”, contou o irmão.
Passo seguinte
Mas o facto é que Nouri foi transferido nos últimos meses e de forma gradual para uma casa de repouso, onde a família tem oportunidade de o acompanhar. “Aprendemos muito, podemos dar-lhe certos medicamentos e a alimentação. Temos de saber fazer isso para estarmos preparados caso ele volte para casa”, diz o pai, agradecendo o trabalho dos médicos e equipa auxiliar da casa: “Os enfermeiros, e quem mais trata dele, fazem-no com muito amor. Eles não o conhecem e dizem: ‘Este paciente faz-nos algo’. Eles também choraram nos momentos de agitação dele.” *