“NÃO PENSEI DUAS VEZES, ASSINEI LOGO”
O amor de Filipa Rodrigues (conhecida por Pipa) ao Benfica facilitou a decisão de assinar pelas águias, que se apresentam amanhã, às 18 horas, frente ao Deportivo. A defesa, de 24 anos, realiza outro sonho: jogar no Estádio da Luz
Para o público conhecer melhor a Pipa, fale-nos um pouco sobre o seu caminho até chegar ao Benfica...
PIPA – Foi difícil no início porque os meus pais não queriam que eu jogasse futebol, diziam que era só para homens. Lá em Viseu, um senhor viu-me a jogar na rua e convidou-me para ir jogar para a Fundação, em Gouveia, onde estive durante cinco anos. Entretanto, recebi o convite do Ouriense. Estive lá três épocas, fui campeã nacional, ganhei a Taça de Portugal e conseguimos chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Ainda somos a única equipa portuguesa a fazê-lo. Depois recebi o convite do Estoril, foram dois anos muito bons e agora cumpro o sonho de jogar no meu clube de coração.
Como surgiu a oportunidade de representar o Benfica?
P – Aconteceu tudo muito naturalmente. O Benfica anunciou que ia criar a equipa feminina, ainda bem que o fez, e recebi o convite para fazer parte deste projeto. Posso admitir que não pensei duas vezes. Assinei logo!
Foram duas épocas muito boas no Estoril. O que a fez mudar?
P–É verdade, foram dois anos excelentes no Estoril e agradeço-lhes muito por tudo o que fizeram por mim. Mas vir para o Benfica é especial. É o amor à camisola, mas principalmente é saber que este clube me vai dar muitas condições para evoluir cada vez mais. A minha resposta só podia ter sido um sim, mas por tudo. Não só por ser o meu clube de coração, mas também pela proposta que me apresentaram e pelo projeto ambicioso.
Diz que é umprojeto muito ambicioso. Quais são os objetivos para esta temporada?
P– O Benfica entra sem prepara ganhar, logo queremos ser campeãs, subir de divisão e também ganhar a Taça de Portugal. Vamos para todos os jogos sempre com a mesma mentalidade, respeitando todos os adversários, mas sabendo que somos o Benfica e que temos de dignificar este símbolo.
Costuma vir ao Estádio da Luz ver os jogos do Benfica?
P – Sim, sempre que posso. É o meu clube de coração e tento acompa- nhar sempre a equipa.
E como vai ser quando for a Pipa a pisar aquele relvado?
P – Já falei disso muitas vezes e ainda nem acredito. Ainda não chegou o momento de calçar as botas e subir até ao campo e já estou nervosa. Mas também estou ansiosa, só quero que chegue o momento de pisar aquele relvado e tenho a certeza de que me vou sentir em casa. Vai ser um momento espetacular subir ao relvado, olhar à volta e ver este estádio magnífico. Já agora aproveito para chamar os benfiquistas o jogo. Venham apoiar-nos na apresentação. Precisamos de vocês! Este será o primeiro passo de uma história muito bonita.
Já é uma jogadora com 13 internacionalizações e três golos. Qual é o sentimento de vestir a camisola das quinas?
P–É um momento único. Qualquer jogadoras onhaemrepre sentar o seu país e eu não fujoà regra.
Quando sou chamada, vou sempre com muito orgulho.
Não tem sido convocada ultimamente, mas quais são os seus objetivos em termos de Seleção?
P–É verdade, não tenho constado das últimas convocatórias, mas isso não me deixa triste, só me dá maior motivação. Dá-me ainda mais vontade de trabalhar no sentido de evoluir de forma a que possa fazer parte da próxima convocatória.
“SÓ QUERO QUE CHEGUE O MOMENTO DE PISAR AQUELE RELVADO E TENHO A CERTEZA DE QUE ME VOU SENTIR EM CASA”