HISTÓRICO JOÃO SOUSA NOS ‘ OITAVOS’ DO US OPEN
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29 anos, João Sousa voltou a fazer o que nunca nenhum compatriota havia conseguido: de forma inédita, um português vai jogar os oitavos-de-final de um torneio do Grand Slam. E volta a ser o vimaranense, que em 2013 se tornou no primeiro português a ganhar um torneio ATP (já tem 3) e entrar no top 50 do ranking mundial, que em 2016 se tornou no primeiro luso a entrar no top 30 e que, em maio deste ano, alcançou o feito igualmente inédito de colocar o nosso país entre a lista de vencedores do Estoril Open. Ontem, no Court 17 do Billie Jean King National Tennis Center, o quarto maior do US Open, em Nova Iorque, Sousa voltou a fazer uma das melhores exibições da sua vida para derrotar o francês Lucas Pouille, 17º do ranking mundial e melhor tenista francês (o país com mais jogadores no top 100 ATP) da atualidade, por 76(5), 4-6, 7-6(4) e 7-6(5), num embate que se prolongou por 3 horas e 41 minutos de pontos fantásticos e trocas de bola de cortar a respiração.
Sousa, que até chegou à ‘Cidade Que Nunca Dorme’ numa das piores séries de derrotas (sete) da sua carreira, estava visivelmente emocionado perante o que havia acabado de conseguir. “Foi um tremendo encontro, jogámos muito bem e foi uma grande batalha. O público foi fantástico”, começou por referir o português ainda em court, visivelmente cansado, antes de lembrar o número de vezes (5) que havia perdido nesta fase da competição em torneios do Grand Slam... “Já tinha jogado imensas terceiras ron- das, mas hoje estava muito focado, sabia que tinha de jogar bem e foi perfeito. Estou muito feliz por estar pela primeira vez nos oitavos-de-final. Tenho 29 anos, mas não pareço velho, pois não?”, brincou o vimaranense, que contou com o apoio nas bancadas de um pequeno grupo de portugue- ses, que incluía os seus pais, Armando e Adelaide, a sua namorada, Julia, e ainda o presidente da Federação Portuguesa de Ténis, Vasco Costa.
Sousa regressa ao court já amanhã, para jogar os ‘oitavos’ diante do vencedor do encontro entre Novak Djokovic e Richard Gasquet, que mediram forças já depois do fecho desta edição, sendo o triunfo do sérvio de 31 anos o cenário mais do que provável. Djokovic comanda o confronto direto diante de Sousa por 4-0, nunca tendo perdido qualquer set, mas se há coisa que o minhoto mostrou ontem é que o talento pode ter limites, mas a sua crença e vontade de vencer... jamais.