Record (Portugal)

JOVANE MOSTRA COMO SE FAZ

EXTREMO DA FORMAÇÃO ENTRA E RESOLVE

- CRÓNICA DE SÉRGIO KRITHINAS

Quatro jogos, três vitórias, 10 pontos e liderança partilhada. O Sporting chega à primeira pausa do campeonato melhor do que, segurament­e, muita gente imaginaria depois das convulsões sofridas no arranque dos trabalhos. É verdade que está longe de praticar um futebol encantador e, ontem, por pouco não houve surpresa em Alvalade. Valeu o golo de Jovane Cabral, que mais uma vez saltou do banco para fazer uma pequena revolução no jogo, tal como já tinha feito em Moreira de Cónegos e no jogo em casa com o V. Setúbal. José Peseiro repetiu o onze que tinha empatado no Estádio da Luz e, pese o arranque prometedor do Sporting, que causou nervosismo ao último reduto do Feirense, ce- do se percebeu que uma partida que obrigaria o Sporting a ter a iniciativa de jogo durante a maior parte do tempo pedia outra coisa. Mais uma vez, o meio-campo ficou entregue a Battaglia e Acuña, já que Bruno Fernandes esteve sempre muito próximo de Montero, e a equipa leonina ficou privada de um criativo na zona de criação, capaz de fazer a ligação entre o meio-campo e a grande área contrária. Ao mesmo tempo, houve falta de velocidade, sobretudo pelas alas, e os sectores estiveram quase sempre desligados, impedindo que se proporcion­assem situações de superiorid­ade numérica no último terço. O Feirense, a grande surpresa do início desta época, com os mesmos sete pontos à entrada para a quarta jornada, apresentou o onze esperado, fixando Cris à frente dos centrais e colocando Tiago Silva mais próximo de Crivellaro, de forma a condiciona­r a ação de Battaglia e Acuña. Na frente, e apesar de sozinho, Edinho foi suficiente para deixar o Sporting em sentido – forte a segurar a bola, foi ele o autor de quatro dos seis remates da sua equipa, todos muito perigosos.

O jogo esteve quase sempre no sentido da baliza de Caio Secco e o Sporting foi somando remates atrás de remates. Acabou o jogo com 25 – em média, cerca de um a cada três minutos e meio. Mas não se pense que tenha sido um sufoco: a maior parte deles foram feitos de longe, de posições pouco vantajosas, tornando relativame­nte simples a vida de Caio Secco, que também não facilitou em nada.

Acelerador

José Peseiro não mudou nada para a segunda parte e os velhos problemas prolongara­m-se, deixando o Feirense cada vez mais confortáve­l na gestão do jogo. Aos 66’, foi buscar a arma do costume, que já tinha

sido decisiva nas duas vitórias anteriores: Jovane Cabral, passando Acuña para lateral-esquerdo e recuando Bruno Fernandes. O miúdo não desiludiu. Acelerou o jogo do Sporting, sobretudo pela direita, e criou desequilíb­rios até então não vistos na defesa do Feirense. Os 10/15 minutos seguintes à sua entrada foram de grande aperto para a equipa de Nuno Manta, que foi obrigado a reforçar o miolo com Alphonse para estancar os buracos que se iam abrindo. Esta alteração estancou o ímpeto do Sporting, que entretanto tinha trocado de pontas-de-lança. O renegado Castaignos voltou a ser opção para render Montero, numa altura em que o relógio já corria demasiado depressa e o marcador não saía do mesmo sítio.

Acabou por ser feliz o leão que, pelo menos, merece o elogio de nunca se ter deixado ir abaixo. Numa das poucas vezes em que conseguiu uma combinação entre extremo e lateral, a bola chegou até Ristovski, já dentro da área, que cruzou certinho para Jovane encostar para o golo. O tal relógio, até então ‘maldito’, marcava 88’ e Peseiro não perdeu tempo para colocar Petrovic no lugar de Nani, metendo de uma vez por todas trancas à porta que guardava os três pontos e a liderança partilhada. *

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