Jovane não ficou a sec(c)o
Com o mesmo onze que empatou na Luz, o Sporting, organizado em 4x2x3x1, entrou no jogo de forma pungente. Extremamente pressionantes e reativos à perda, os leões criaram amplas arduidades à primeira fase de construção do Feirense, forçando erros nas saídas que geraram recuperações em zonas altas, e impuseram velocidade e dinamismo para chegar com veemência a zonas de finalização. Algo que se dissipou à entrada do segundo quarto de hora, o que re-
MAIS UMA VEZ, FICARAM DESCOBERTAS AS DIFICULDADES DO SPORTING EM LIGAR O JOGO DE FORMA APOIADA
dundou em quase uma hora de um futebol soporífero por parte do Sporting. Mais uma vez, ficaram descobertas as enormes dificuldades em ligar o jogo de forma apoiada, com o corredor central vetado a um quase total ostracismo [ 1,2], o que conduziu a um futebol direto previsível, com jogadores muito afastados do portador da bola, fruto da preocupação em colocar muita gente em zona de finalização [ 1]. Além disso, a busca incessante dos corredores laterais redundou em muita precipitação na tomada de decisão, tanto nos cruzamentos, como também na opção de passe nos poucos momentos em que apanharam o opositor no momento de transição defensiva [ 2]. Ao invés, o Feirense, ao ganhar estabilidade do ponto de vista defensivo, conseguindo coartar de forma sagaz os espaços, foi ganhando atrevimento nas saídas para o contraataque, aproveitando o cérebro de Tiago Silva e os esticões e cria- tividade de Machado e Sturgeon para criar desequilíbrios num rival que se partia com alguma facilidade, se superada a sua primeira linha de pressão. A entrada de Jovane Cabral, pela velocidade e imprevisibilidade que oferece no drible, ateou a flama leonina. É certo que o futebol conetivo, mesmo com Bruno Fernandes mais recuado e Nani no corredor central, não brotou, mas o Sporting ganhou emoção e agressividade ofensiva, o que gerou oportunidades em catadupa – na sequência de cruzamentos e remates de fora da área – que esbarraram em Caio Secco. Numa altura em que o frenesi baixara, mas o jogo mantinha-se perigosamente partido, os leões chegaram ao golo do triunfo, aproveitando um desequilíbrio dos fogaceiros na transição defensiva. À direita, Raphinha foi sagaz a estabelecer uma conexão com Ristovski – bom movimento interior – [ 3], que assistiu Jovane Cabral, arguto a ganhar a frente do lance a Sturgeon, atacando as costas de Edson Farias, atraído pela presença de Nani na área.