MADEIRA ANDEBOL SAD
Madeirenses dominam a modalidade desde 1998/99 e a treinadora Sandra Fernandes já vencera enquanto jogadora
EQUIPA FEMININA LEVA 20 SUPERTAÇAS... SEGUIDAS
O Madeira SAD domina o andebol feminino português praticamente desde o ano da sua fundação, em 1998, somando já 14 títulos nacionais, 18 Taças de Portugal e 20 Supertaças. Estas foram conquistadas de forma consecutiva – pelo meio, em 2006/07, houve uma época em que não se disputou – algo invulgar no desporto nacional e até internacional. Uma hegemonia acentuada com a recente conquista de novo pleno (campeonato, Taça e Supertaça), que enche de orgulho a técnica Sandra Fernandes. “Há uma cultura de vitória no balneário, instituída desde sempre, desde a fundação da SAD. Com o Filipe Calado enquanto técnico, salvo erro foram onze anos consecutivos a ganhar os três troféus nacionais. Seguiram-se alguns interregnos, mas no ano passado voltámos a fazer o pleno. São 52 títulos nacionais conquistados, o que é uma coisa absolutamente incrível”, assinala Sandra Fernandes, registando que este sucesso também tem a marca da política desportiva regional. “Este tipo de conquistas revela o apoio que o Governo Regional tem dado ao desporto da região e nomeadamente em termos femininos. O Madeira SAD é uma aposta ganha, porque tem resultados. Quando há retorno, é sempre positivo”, sublinha. Esta é a sua quarta época enquanto responsá- vel pelo Madeira SAD, mas o percurso enquanto jogadora cruzouse igualmente com o clube. “Também estive em três conquistas da Supertaças enquanto jogadora”, recorda. Desses tempos até a atualidade, a nossa interlocutora realça algumas diferenças. “Acho que acabou por mudar em termos de aquisição de jogadoras. Não querendo ferir suscetibilidades, antigamente era mas fácil trazer joga- doras para a Madeira e montar uma equipa com jogadoras de elevado nível. Não quer dizer que agora não seja, mas na altura as que sobressaíam mais em termos nacionais vinham para cá. Na altura da constituição da SAD, havia o CS Madeira, o Académico e o Colégio do Infante, que contavam com muitas internacionais e formavam a base da Seleção Nacional. E, quando se criou o Madeira SAD, as melhores vieram para este clube. Depois, naturalmente, há as questões universitárias e as miúdas com valor acabam por querer seguir a carreira académica e mudar-se para o continente. Tivemos de nos adaptar a esta nova realidade e potenciar outras jogadoras”, nota.
Prémios
Na recente gala do andebol, o emblema insular voltou a limpar tudo: melhor jogadora (Mónica Soares), melhor guarda-redes (Isabel Góis), revelação (Beatriz Sousa) e melhor treinadora (Sandra Fernandes). “Para mim, é uma satisfação enorme. Não gosto de falar de mim, en-
quanto treinadora, porque o trabalho é delas. Revela um plantel de qualidade e um grupo muito bom, dentro e fora de campo, expresso nos prémios. Nesta equipa, o princípio é sempre o mesmo: todos os prémios individuais são coletivos, pelo que a equipa ficou toda contente”, adianta.
A consequência foi perder três atletas influentes para o estrangeiro, mais uma para o Benfica e outra para a SIR 1º de Maio. “Isso faz com que este ano estejamos, novamente, a fazer uma equipa nova, mas com uma base sólida, caso da Renata, da Márcia, da Sara Gonçalves, jogadoras mais experientes. Entraram quatro jogadoras novas que têm de ter alguma preponderância na equipa e tudo vai andar em redor da construção de uma equipa. Ganhámos a primeira prova, mas temos muito trabalho ainda até final de maio, para conseguir os nossos objetivos”, diz Sandra Fernandes. Como amargo de boca fica a ausência das provas europeias, uma decisão da administração que a equipa acaba por aceitar. “A equipa teria todo o prazer em participar e faria todo o sentido na nossa cabeça. Mas em termos financeiros a gestão cabe à administração da SAD, que entende não haver condições para tal, o que respeitamos. Porque a saúde financeira é muito importante, para que
“SÃO 52 TÍTULOS NACIONAIS CONQUISTADOS, O QUE É ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL”, LEMBRA SANDRA FERNANDES
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