Segurança Social de árbitros foi vasculhada
Paulo Gonçalves solicitou a José Augusto Silva, outro dos arguidos no processo E-Toupeira, que obtivesse informações da base de dados da Segurança Social relativas a pessoas ligadas à arbitragem. Tal pedido foi imediatamente acolhido, embora José Augusto Silva tivesse chegado a tais informações através das credenciais de uma funcionária do tribunal de Fafe, tal como surge escrito na acusação elaborada pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
“Para melhor esconder a origem das pesquisas, no dia 5 de dezembro de 2017, pelas 10h22, o arguido acedeu ao sistema Citius com as credenciais de Maria Cristina Castro, e entrou no processo que ali corria termos e efetuou pesquisas”, pode ler-se na acusação a que Record teve acesso, onde também se explica quem eram os árbitros sobre os quais Paulo Gonçalves pediu informações, sendo que alguns deles aparecem conotados com o FC Porto. Belarmino Ferreira Aleixo, por exemplo, foi um dos ex-árbitros a quem foi vasculhado passado. Este é apontado como “interveniente no processo denominado Apito Dourado, pela existência de uma escuta que o relacionava com o FC Porto”. Também foram investigados dados relativos a António Manuel Perdigão da Silva, “analista de arbitragem no Porto Canal”, ou Carlos Manuel Carvalho, que “foi arguido no processo Apito Dourado”. Aliás, a maior parte dos nove árbitros sobre os quais José Augusto Silva obteve informações estiveram ligados a esse processo como Sérgio Manuel Pereira, Manuel Nuno da Cunha Antunes ou Tomás Rodrigues dos Santos. Além destes, também os dados da Segurança Social dos antigos árbitros Bertino Miranda, Alexandre Morgado Gonçalves e Jorge Manuel Farinha Nunes foram recolhidos por José Augusto Silva para, posteriormente, serem transmitidos ao assessor jurídico da SAD benfiquista, Paulo Gonçalves.