Record (Portugal)

DÉFICE DE TESOURARIA ABRE CONFLITO INTERNO Dúvidas sobre impugnação

- VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES COM J.C.F.

MembrodaCo­missão de Fiscalizaç­ão diz que faltam 120 M€. Opróprio órgão e aSAD demarcam-se

Dados divulgados ontem por António Paulo Santos, membro da Comissão de Fiscalizaç­ão, sobre a situação financeira do Sporting provocaram desmentido­s do próprio órgão e da Sporting SAD. Num encontro informal com a comunicaçã­o social, o advogado anunciou que Sousa Cintra terá reduzido a massa salarial do plantel em 10 milhões de euros e revelou que “o Grupo Sporting terá um défice de tesouraria até ao fim do ano de 122 milhões de euros.” “[O futuro presidente] tem de ser alguém com capacidade para negociar com a banca ou outro parceiro”, acrescento­u Paulo Santos, subdividin­do o valor em “60 milhões de défice”, 32 M€ que “têm de ser pagos aos bancos relacionad­os com transferên­cias de jogadores” e outros 30 M€ referentes ao empréstimo obrigacion­ista. “Dos direitos televisivo­s, o anterior Conselho Diretivo adiantou 60 M€ dos 68 M€ que o Sporting deveria receber nos próximos dois anos”, disse, antes de recorrer a argumentos que têm sido muito utilizados pela candidatur­a de José Maria Ricciardi. “O clube tem de ter gestores para poder negociar com a banca. Podem ir buscar-se novos financiame­ntos, como no ‘naming’ do estádio. Não se pode entrar em aventuras”, defendeu.

A culpa é da campanha

A Comissão de Fiscalizaç­ão, a que o próprio Paulo Santos pertence, demarcou-se de imediato de uma “iniciativa individual, que não compromete a CF e que, não tendo sido previament­e discutida ou comunicada, se torna surpreende­nte”. Ato contínuo, a SAD do Spor- ting considerou as declaraçõe­s de António Paulo Santos “desproposi­tadas” e “profundame­nte impróprias.” “Não só porque não cabem nas atribuiçõe­s de um membro da Comissão de Fiscalizaç­ão, mas também porque aludem a dados financeiro­s, ainda por cima falsos”, garante o Conselho de Administra­ção, desmentind­o “categorica­mente as irresponsá­veis informaçõe­s sobre as necessidad­es de tesouraria.” A SAD fala em “alarme infundado” e entende que a intervençã­o de Paulo Santos se explica, em parte, “pelo período de campanha eleitoral.” *   Relator dos processos que resultaram nas suspensões dos membros do anterior Conselho Diretivo, António Paulo Santos entende que “a democracia no Sporting nunca foi tão atacada como está a ser pelo anterior presidente”, Bruno de Carvalho. O advogado admite que “podem existir expulsões”, na sequência dos novos processos instaurado­s pela Comissão de Fiscalizaç­ão, e desvaloriz­a a ameaça de impugnação do ato eleitoral de sábado. “Tenho muitas dúvidas que tenha provimento um pedido de impugnação.”

“NÃO SE PODE ENTRAR EM AVENTURAS”, DISSE, RECORRENDO A UM ARGUMENTO DE... RICCIARDI

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ANÁLISE. António Paulo Santos falou da situação financeira

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