Record (Portugal)

Sentimento positivo

- William Silva Pizzi Neves Bruma

Perante a talentosa Croácia, Portugal exibiu-se a um bom nível, demonstran­do argumentos e qualidade para com organizaçã­o e inteligênc­ia se bater contra as melhores equipas mundiais. Fernando Santos organizou a Seleção Nacional num 4x3x3, que na verdade foi um 4x1x4x1 no momento de organizaçã­o defensiva. No ataque posicional da Croácia, a Seleção foi sempre capaz de mostrar organizaçã­o de excelência, encurtando o espaço entre sectores, pelos movimentos da

CORREDOR ESQUERDO ENTREGUE AO VELOZ BRUMA ACELEROU SEMPRE O JOGO APÓS CADA RECUPERAÇíO

última linha, que tomaram o risco de, em função da ‘altura’ da bola, não estarem demasiado baixos. Para além da qualidade demonstrad­a na coordenaçã­o entre sectores, percebeu-se a imensa qualidade organizaci­onal da linha média. Na construção adversária, Pizzi saiu no portador quando a bola se encontrava na metade direita do campo, e William fê-lo na metade oposta. Aorganizaç­ão defensiva da linha média fez-se notar pela formação de triângulos entre o interior que saiu na bola, o extremo, e Rúben Neves, que protegeram a entrada da bola nas zonas de criação, impedindo a Croácia de ser perigosa no ataque organizado [1]. Para ter sido ainda mais eficaz, faltou definir momentos de pressing de forma conjunta, para poder ligar mais transições ofensivas ao bom trabalho sem bola, mas tal não impediu Portugal de sair com perigo em ataque rápi- do, com destaque para a forma como o corredor esquerdo, entregue a Bruma, acelerou o jogo após cada recuperaçã­o [2].

Em ataque organizado, o perigo e as ideias maiores, curiosamen­te, fizeram notar-se no corredor oposto. Um um triângulo que usou Pizzi como vértice inferior, responsáve­l por alimentar Bernardo e Cancelo nos vértices ofensivos que se desenhou no corredor direito. Muito do que construiu e criou com imenso perigo, em ataque posicional, resul- tou da qualidade da decisão e entendimen­to à direita [3]. Asaída de Bernardo Silva e a mudança de corredor de Pizzi quebraram na segunda metade as entradas em criação em combinaçõe­s coletivas, mas a Seleção manteve a organizaçã­o e foi capaz de controlar o bom oponente. O início de um novo ciclo, que ficou marcado pelo regresso do 4x3x3 no momento defensivo e a integração de um meio-campo com muita capacidade para pausar e pensar o jogo.

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Zona de criação Bola não entra!
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