ALIANÇA DE HISTÓRICOS JÁ CONTA 50 ANOS
ESTREIA DE HUMBERTO E TONI Juntos desde o 1.º jogo pelo Benfica, uma data em que Torres cumpriria o 80.º aniversário de vida
Belém, estado do Pará, Brasil. O local pode parecer recôndito, mas foi ali que Humberto Coelho e Toni vestiram pela primeira vez de águia ao peito, frente ao Clube do Remo. Foi só um jogo particular, mas foram aí lançados os dados para a estreia oficial pelo Benfica, que aconteceria há precisamente 50 anos, numa goleada por 4-1 sobre o Belenenses na primeira jornada do campeonato de 1968/69. “Era uma equipa com grande categoria, que ganhou campeonato e Taça de Portugal. Um miúdo de 18 anos aparecer e ser titular… acabei por entrar e nunca mais sair. Era isso que me fazia todos os dias trabalhar muito. Queria conseguir afirmar-me”, recordou a
Coelho, titular a 8 de setembro de 1968, ao contrário de Toni, que haveria de entrar no decorrer de um jogo em que José Torres, que hoje faria 80 anos, abriu a contagem. “Entrei a substituir Jaime Graça, uma das minhas referências. O meio-campo do Benfica era ele e o Monstro Sagrado chamado Mário Coluna. Esse dia transformou-se em quase 400 jogos como jogador, depois veio o treinador principal, o treinador adjunto, o diretor desportivo. Só mais tarde se percebe no que vai redundar esse dia”, vincou ao nosso jornal “o Toni do Benfica”, que foi contemporâneo de Humberto na Luz até o central sair para o
Record Humberto
“UM MIÚDO DE 18 ANOS APARECER E SER TITULAR... ENTREI E NUNCA MAIS SAÍ”, LEMBRA HUMBERTO COELHO
Paris Saint-Germain, em1975. Para além do companheirismo, prevaleceu a amizade.
“Há uma vivência comum entre nós. Até ir para a França, vivemos no lar do Benfica primeiro. Dividimos umapartamento, depois eu ia a casa do Humberto ao Porto, ele ia à minha casa, tal como os pais. Houve uma amizade que se foi estendendo desde os primeiros tempos no Ben- fica. Foi um jogador de classe mundial e ele jogaria hoje em qualquer equipa do Mundo”, completou o médio que se formou no Anadia e que agradece a o ‘velho capitão’ Mário Wilson a possibilidade de ser hoje quem é.
“ESSE DIA TRANSFORMOU-SE EM QUASE 400 JOGOS COMO JOGADOR, FUI TREINADOR E DIRETOR-DESPORTIVO”, DIZ TONI
Preparados
“O central ex-júnior é um futebolista de alta estirpe, tecnicamente evoluído, tecnicamente evoluído, que não fez um mau passe, só perdeu um lance em 90 minutos”. A crónica à época de Record já augurava um futuro risonho a Humberto Coelho. No caso de Toni houve um torneio pentagonal na préépoca que fez a diferença. “A digressão tinha sido muito boa para me ir integrando. Quando chego ao dia de estreia já tinha um ‘background’ de jogos feito”, apontou, não esquecendo “o mês a ganhar força para pedir a bola do jogo de estreia” com que o “senhor José Augusto”, um dos mais velhos do plantel, havia ficado. * António José Conceição Oliveira