Record (Portugal)

SERENA ENTRE SEXISMO E A VERDADE DOS FACTOS

- JOSÉ MORGADO

DJOKOVIC RENASCIDO IGUALA SAMPRAS

Norte-americana diz que foi punida por ser mulher mas história do juiz português desmente-a

Aos 20 anos, a japonesa Naomi Osaka jogou o encontro da sua vida para bater Serena Williams e conquistar o US Open mas, infelizmen­te, esse não foi o assunto que fez notícia (e muitas primeiras páginas) no dia seguinte.

O que marcou a final acabou mesmo por ser o conjunto de advertênci­as dado pelo árbitro português Carlos Ramos à norteameri­cana, que insultou o credenciad­o juiz, chamando-lhe de “ladrão e mentiroso”. Ainda em court, Williams garantiu estar a sentir-se discrimina­da pelo facto de ser mulher, ideia que transporto­u para a sala de conferênci­as de imprensa. “Achei que ele foi sexista, porque nunca vi um árbitro penalizar um jogador com um jogo porque ele lhe chamou de ‘ladrão’. Mas eu vou continuar a lutar pelas mulheres e pela igualdade. O facto de eu ter passado por isto pode tornar-se num exemplo para a pró- xima”, disparou a norte-americana, de lágrimas nos olhos, perante o aplauso de alguns jornalista­s (americanos), algo que é muito raro em conferênci­as de imprensa... de qualquer desporto. O apelo ao movimento feminista por parte de Serena... resultou, com a norte-americana a receber o apoio público de figuras de relevo da política [incluindo a filha de Bill e Hillary Clinton], da moda [Sara Sampaio esteve atenta] e do cinema, com muitas das mais famosas atrizes afro-americanas a defenderem a ex-nº 1, assinando por baixo da sua ‘narrativa’. Ao lado de Carlos Ramos parece estar... a lei, com diversos ex-árbitros a saírem em defesa do português. Richard Ings, antigo árbitro e chefe de árbitros de topo, é taxativo. “Nada do que Carlos Ramos fez tem a ver com sexismo ou racismo. Essa narrativa é ridícula. É Serena que lhe deve um pedido de desculpas e não o contrário.” A argumentaç­ão de sexismo é desmentida por conflitos (recentes) que Ramos teve com Rafael Nadal, Novak Djokovic, Andy Murray ou Nick Kyrgios, sempre por questões de ‘coaching’ ou abuso de tempo.

Único árbitro da história a dirigir todas as finais de Grand Slam masculinas, a final olímpica, da Taça Davis e Fed Cup, Ramos é um árbitro ‘Golden Badge’ – categoria máxima – da Federação Internacio­nal e não está previsto que sofra consequênc­ias após esta final. Carlos está escalonado para a meia-final da Taça Davis entre a Croácia e os Estados Unidos, na próxima semana. *

“NUNCA VI UM ÁRBITRO PENALIZAR UM HOMEM POR LHE CHAMAR DE ‘LADRÃO’. É SEXISMO”, GARANTE WILLIAMS

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OS CASOS. Esta não é a primeira vez que Carlos Ramos dá ‘warnings’ a jogadores de topo, sendo que habitualme­nte arbitra encontros masculinos. Foi assim com Novak Djokovic, Rafael Nadal [nas fotos], Andy Murray e até Nick Kyrgios ao longo das últimas temporadas
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