A Supertaça da Francisca
António Salvador sonha, como nunca, com o título de futebol masculino, mas, para já, foram as meninas do Sporting de Braga a mostrar-lhe que esse desiderato até pode acontecer mais depressa no futebol feminino, depois de anteontem terem ganho a Supertaça, num jogo, em Viseu, que foi mais uma demonstração do crescimento e da vitalidade que esta variante tem verificado no nosso país, como o comprovam os recentes resultados da seleção e do Sporting nas provas europeias. Ao oitavo confronto, as bracarenses conseguiram finalmente bater, na decisão por penáltis, a equipa sportinguista, que nos dois últimos anos tem dominado o calendário nacional. Depois de a meio da época passada ter despedido o treinador João Marques (atual técnico de um Benfica que também aceitou o repto da FPF para formar uma equipa) e contratado Mi- guel Santos (treinava os juniores C do Gil Vicente), as bracarenses fizeram uma revolução no plantel (que é profissional, a exemplo do Sporting), que incluiu a contratação de 12 jogadoras (oito das quais estrangeiras e várias internacionais dos seus país). Mas seria a jovem (20 anos) portuguesa Francisca a marcar o golo do empate e o penálti decisivo, prova de que o investimento na equipa B e nos restantes escalões femininos também rende juros. Uma palavra também de louvor para o treinador derrotado, Nuno Cristóvão, não tanto pelas (justificadas) queixas da arbitragem, mas principalmente pelos bons serviços que o Sporting continua a prestar ao futebol feminino.