Record (Portugal)

LENDA NASCEU HÁ 30 ANOS

- ANDRÉ GONÇALVES

11 DE SETEMBRO DE 1988 Assinalam-se hoje três décadas sobre a estreia de Vítor Baía na equipa principal dos dragões

Vítor Baía faz parte das lendas do FC Porto”. Foi desta forma que António Sousa, também ele uma glória dos dragões, comentou o trajeto profission­al de Baía, cuja estreia oficial como sénior foi há precisamen­te 30 anos. Foi o pontapé de saída para uma carreira recheada de títulos.

O antigo guarda-redes estreouse na 4ª jornada da Liga 1988/89, em Guimarães, pela mão de Quinito. Estava a um mês de fazer 19 anos. “Eu já estava convocado, porque o Zé Beto tinha um proces- so disciplina­r. O Jozef Mlynarczyk era o titular, mas na véspera do jogo fraturou a clavícula num treino atrás da baliza. Ninguém conseguiu encontrar o Zé Beto e então eu e o Correia, também jovem na altura, fomos para o jogo”, explicou a Record, recuperand­o os momentos em que teve de lidar, aos 18 anos, com uma atmosfera “hostil” como a do Estádio D. Afonso Henriques. “Foi interessan­te ver o ar um pouco assustado das pessoas. Eu, com a minha irreverênc­ia de jovem, estava tranquilo, apesar de saber que era um jogo importante, se bem que o aqueciment­o e os primeiros dez minutos de jogo foram algo complicado­s de gerir”, admitiu. Mas deu conta do recado, como nos contou António Sousa: “Sentimos algum nervosismo. Ele queria ter uma boa prestação. Dissemos-lhe para estar calmo, que aquilo era dele e ia sair-se bem. E confirmou-se.” A estreia foi especial e o antigo guardião fez questão de oferecer a camisola ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa. O duelo acabou empatado (1-1) e Baía voltou ao banco. Zé Beto assumiu a titularida­de e Quinito saiu entretanto do FC Porto, dando lugar a Artur Jorge. A 7 de fevereiro de 1989, frente ao Ac. Viseu (5-0), Vítor Baía regressou ao onze e, a partir daí, tornou-se o dono da baliza azul e branca. “Aí começou o meu reinado, se assim se pode dizer”, gracejou Baía, de 48 anos.

Sucessos

O ex-internacio­nal não conquistou qualquer prova pela Seleção A, mas ao longo do seu percurso por FC Porto e Barcelona somou mais de 30 troféus. “Se alguém que ajuda o FC Porto a ganhar 26 títulos e o Barcelona a vencer cinco, que conquista a Taça UEFA, Liga dos Campeões e Taça Interconti­nental não for [uma lenda], quem poderá ser? Estes números são indescrití­veis, possíveis de alcançar por outro jogador, mas é muito difícil”, atirou Vítor Baía. * O MESTRE

LESÃO DE MLYNARCZYK ABRIU-LHE PORTA DO ONZE FRENTE AO V. GUIMARÃES, NO D. AFONSO HENRIQUES

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