Record (Portugal)

À porta fechada

- UM SÉQUITO NAS TV

Soubemos esta semana que o Benfica (juntamente com o Braga e Paços de Ferreira), foi castigado pelo Conselho de Disciplina da federação com um jogo de suspensão na Luz pelo mau comportame­nto dos seus adeptos na deslocação ao Estoril. Antes deste jogo, o Benfica já tinha sido advertido pelas mesmas más práticas em jogos contra o Tondela, Portimão e Paços de Ferreira. Semanas antes, tínhamos conhecido nova decisão de interdição aplicada pelo IPDJ por apoio reiterado do Benfica a claques não legalizada­s.

Rui Pedro Braz, conhecido comentador da TVI e benfiquist­a de coração, dizia esta semana que estas interdiçõe­s poderiam representa­r mais uma machadada no futebol nacional.

Devo relembrar a quem defende estas teses que não lembram ao careca, que muitas destas sanções foram aprovadas no passado pelos clubes que militam nas principais divisões. Defende porventura Braz que a Luz não se apague, que os clubes não sejam responsabi­lizados pelo comportame­nto das claques que apoiam às escondidas e que a desordem nas bancadas tenha apenas consequênc­ias financeira­s através de multas. Talvez por ele tudo se resolveria apenas com um aperto de mão, com o chamado ‘bacalhau à Braz’.

Ainda hoje me lembro que em novembro de 2005, o Porto jogou em Milão com o podero- so Inter à porta fechada um jogo da Champions. Já havia sanções deste género na altura na UEFA.

O Benficareú­ne hoje um séquito de defensores nas televisões que conseguem defender tudo em prol do seu clube. É deveras preocupant­e. E o que mais custa ver é que não são iletrados os que o fazem, são pessoas ligadas ao futebol, com formação superior, ligadas ao direito ou ‘casadas’ com

O BENFICA TEM QUE DEFENDE TUDO EM PROL DO CLUBE

o sistema judicial. Nunca eu como portista defendi ou defenderei as más práticas ocorridas no caso Apito Dourado.

As claques fazem hoje parte integrante do espetáculo do futebol. As mesmas devem ser apoiadas pelos clubes mediante regras bem claras. O objetivo de qualquer claque é apoiar o seu clube e não o de provocar danos ao mesmo. É bom que a legislação seja apertada para que tudo entre nos eixos.

Depoisde termosestá­diosnovos, jogadores reconhecid­os internacio­nalmente e plantéis de luxo no nosso campeonato, só falta mesmo termos comportame­ntos exemplares por parte de algumas claques e de alguns dirigentes, bem como bons árbitros. No que dia em que tivermos isto tudo, a porta nunca se fechará!

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